Celebrado no dia 1º de outubro, o Dia do Idoso é uma ocasião para reconhecer a vitalidade e a contribuição da terceira idade à sociedade. Um levantamento realizado pelo Sebrae, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), revelou que o número de empreendedores com 60 anos ou mais no Brasil cresceu 42% entre o quarto trimestre de 2012 e o quarto trimestre de 2023. Hoje, eles representam 13,5% do total de donos de negócios no país, somando mais de 4 milhões de empreendedores. Em Minas Gerais, 12,1% da população sênior é proprietária de algum negócio, destacando o potencial desse mercado. 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta que pessoas com 60 anos ou mais representam 15,6% da população brasileira, superando a faixa etária de 15 a 24 anos (14,8%). Essa mudança traz desafios ao sistema previdenciário e ao mercado de trabalho, mas também oferece oportunidades para o crescimento do empreendedorismo entre idosos, mostrando que a idade pode ser vista como uma chance de novas realizações profissionais.

Segundo Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, a experiência de vida, a maturidade e a rede de contatos fazem da terceira idade uma força crescente no empreendedorismo. “O empreendedorismo se tornou uma alternativa para muitas pessoas continuarem ativas no mercado de trabalho após a aposentadoria. Pequenos negócios liderados por seniores estão cada vez mais numerosos e contribuindo para a dinâmica econômica do país”, afirma.

O levantamento revela que quase 90% dos empreendedores sêniores estão há mais de dois anos no mercado, e que esses empresários ganham, em média, 41% a mais que os jovens empreendedores, com uma renda de R$ 3.347. Segundo Silva, a experiência, todos esses fatores citados auxiliam o sucesso dos empreendedores mais velhos, tornando o empreendedorismo uma alternativa para se manterem ativos após a aposentadoria e contribuírem para a economia.

VITALIDADE ATIVA
Um exemplo disso é Maria Valdete Ribeiro Ferreira, de 66 anos, que permanece atuante no comércio montes-clarense. Apaixonada pelo que faz, ela administra três lojas e conta com doze funcionários. “O comércio é minha maior paixão depois de Deus e da família. Faço o que mais amo na vida”, declara a comerciante, que iniciou sua jornada como empreendedora vendendo roupas em casa, após anos trabalhando como operária em uma fábrica de peças. Mesmo aposentada, ela não pensa em parar: “Já aposentei, mas continuar trabalhando faz parte da minha vida”. Para ela, a necessidade financeira e a paixão pelo que faz são os principais motivos que a mantêm ativa. “Enquanto eu tiver saúde e disposição, vou continuar trabalhando”, conclui.

Segundo o economista Marcos Fábio Martins Oliveira, o aumento da expectativa de vida e as mudanças nas condições de trabalho incentivam muitos aposentados a continuar ativos no mercado. “A queda nos rendimentos, aliada à longevidade, tem forçado muitos a buscar alternativas no empreendedorismo, seja por necessidade ou por vocação”, explica Oliveira. Segundo ele, a defasagem salarial após a aposentadoria faz com que muitos idosos busquem alternativas no empreendedorismo para manter seu padrão de vida. “A tendência é que, nos próximos anos, o número de empreendedores idosos continue crescendo, movido tanto por necessidade quanto por vocação. Mesmo enfrentando dificuldades econômicas, muitos veem no empreendedorismo uma oportunidade de continuar contribuindo para a sociedade e, ao mesmo tempo, garantir uma renda complementar”.

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