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Sábado,16 de Novembro
Uma beleza de setor

Em Montes Claros, seminário aborda leis e atualizações do mercado

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 02/09/2024 às 20:18.

Silvânia, Izabella e Guê Oliveira são unânimes: mercado da beleza é potente e está em crescimento (márcias Vieira)

Conforme a Receita Federal, Montes Claros possui 2.946 estabelecimentos de beleza formalizados. Visando fortalecer o setor, apresentar novidades e orientar sobre a desburocratização na gestão dos serviços, o Sebrae promoveu, no último domingo (1º) e nesta segunda-feira (2), uma imersão voltada aos profissionais da região, destacando as inovações do setor.

“É um setor que cresce, é criativo, promove a sustentabilidade da família e gera muito emprego. Montes Claros é a primeira cidade do Norte de Minas a aplicar a Lei do Salão Parceiro, que existe há 10 anos, mas é pouco difundida”, diz Isabella Campos, assistente técnica do Sebrae em Montes Claros, responsável pela organização do evento, que incluiu o tema na lista de abordagens. 

Conforme Isabella, o Sebrae nacional teve influência direta na criação da lei e, em âmbito local, por meio de um mapeamento, ficou constatado haver muita informalidade, o que é recorrente em razão da burocracia.

“Ao invés de o salão contratar por CLT o funcionário, ele vai usar de um contrato homologado pela associação, que estabelece as cláusulas dessa relação de trabalho. O MEI vem trabalhar nesse salão parceiro e, por meio do contrato, eles vão dividir as porcentagens em relação ao que está sendo oferecido. Tanto o salão que está acolhendo, quanto o MEI ficam resguardados, mas sem toda a questão burocrática da CLT”, explica.

Isabella destaca que o Sebrae ampliou o evento com palestrantes de múltiplos conhecimentos e comprometidos em abordar, além das técnicas de beleza, a orientação sobre como se firmar no mercado, já que o maior desafio dos profissionais é assumir as duas cadeiras. “Eles são os artistas, mas também são os gestores. A cada 10 negócios que abrem, quatro fecham por falta de gestão. Essa foi uma das nossas preocupações. Quando a gente capacita esses profissionais da beleza, a gente trabalha também com inteligência emocional e gestão voltada para pessoas”, declara.  
 
EMPREENDER NA BELEZA
Empresária do ramo há 25 anos, Silvânia Nascimento, vice-presidente da Central de Empresários da Beleza (CEB), co-realizadora do evento, ressalta que participa também como aprendiz. “Estou sempre buscando conhecimento. A beleza acompanhou a tecnologia e com isso mudou muita coisa. O profissional tem que estar nas redes sociais e mostrar seu conteúdo”, diz. 

Nete Alves, de Janaúba, participou das edições anteriores como visitante e em 2024 faz sua estreia como expositora. “Meu foco é salão de beleza. Comercializo em toda a região e essa vitrine agrega valor. A peruca devolve os cabelos imediatamente a quem passa por um tratamento de saúde ou uma transição. São cabelos naturais que ajudam a viver esses momentos e melhoram a autoestima. Temos fornecedores que fazem essa captação. O cabelo melhor do mundo é o brasileiro, um palco de todas as culturas, tamanhos, texturas, ondulações e cores”, diz. 

O empresário Gustavo Sathler, vice-presidente do sindicato patronal da área da beleza e membro da comissão da CEB, conta que desenvolveu a sua marca instigado por uma experiência pessoal. Trabalhador do ramo de calçados, ele migrou para a venda de cosméticos em salões de beleza femininos e era constantemente cobrado sobre itens de uso masculino. “Decidi criar a minha marca por acaso, virou um negócio e empregamos várias pessoas. A vaidade masculina hoje é igual ou maior do que a feminina. O homem preocupa-se com um corte de cabelo, limpeza de pele e o laquê e pomadas, produtos que não eram usados, se tornaram indispensáveis”, diz Gustavo. 
 
CONVIDADA
A empreendedora e influenciadora Guê Oliveira desembarcou em Montes Claros para falar a uma plateia que considerou calorosa e honesta. Dona de muitos palcos, só no Instagram, Guê abriga 9,4 milhões de seguidores, mas ressalta que a transformação nas redes sociais não é o mais importante, e sim, o ouvido atento. Nascida em Florianópolis, conhecia o mundo por meio das pessoas e achava que jamais sairia de sua cidade. “Como falavam que eu não tinha talento naquilo que eu fazia, a maneira de conquistar e cativar mais clientes foi ouvindo as pessoas. Com empatia, com amor, trazê-las para perto. Cabelo sempre foi a cereja do bolo. O mais importante são as histórias”, diz a criadora.

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