
A vocação de Montes Claros como polo farmacêutico ganhou força com a inauguração da nova planta do Laboratório Cristália, realizada nesta última terça-feira (28). O evento marcou um avanço para o desenvolvimento econômico do Norte de Minas e reuniu diversas instituições e autoridades, entre elas o cofundador e presidente do conselho do grupo, doutor Ogari Pacheco; o vice-presidente de Relações Institucionais, Odilon Costa; e o vice-presidente de Produção, José Carlos Modulu. O governador Romeu Zema participou virtualmente, logo após retornar de uma missão oficial na Europa.
O empreendimento — que recebeu investimento de R$ 300 milhões — dará a Montes Claros a capacidade de produzir medicamentos de alta complexidade, com expectativa de fabricação anual de até 2,5 bilhões de unidades e geração inicial de mais de 200 empregos diretos, além de postos indiretos.
Romeu Zema destacou o avanço do Estado no setor farmacêutico. “É motivo de orgulho ver Minas Gerais consolidando-se como um dos principais polos farmacêuticos do país, atraindo empresas inovadoras e comprometidas com o desenvolvimento regional”, declarou.
O doutor Ogari Pacheco comemorou a chegada da Cristália ao município. “Essa inauguração é importante aqui em Montes Claros, para que o público possa conhecer o que é a Cristália”, disse. Segundo ele, definir o laboratório não é tarefa simples. “Eu poderia resumir dizendo que é um laboratório nacional que tem um desempenho muito nacional, para fazer o trocadilho. Porque nós produzimos uma série de coisas de forma única.”
A nova fábrica será responsável pela produção de itens inéditos no mercado nacional. “Uma das coisas que nós vamos produzir aqui não existe produção no Brasil. Então Montes Claros vai estar na vanguarda”, afirmou o executivo, que ressaltou também o acolhimento recebido: “Eu me sinto muitíssimo bem, extremamente bem acolhido, e eu conto com o suor dos montes-clarenses, com o trabalho voltado para a produção de coisas inéditas no Brasil”, ressaltou.
Pacheco disse que o investimento total deve aumentar com as próximas etapas do projeto. “Até agora foram desprendidos 350 milhões. O passo seguinte, que é essa expansão a que me referi, vai consumir outros tantos”.
Entre os produtos inovadores desenvolvidos pela empresa está uma medicação com potencial de devolver movimentos a pessoas com lesões medulares. “Como é uma medicação que exige uma especificidade muito grande e ela já está com a unidade montada em Itapira, eu vou continuar produzindo em Itapira”, afirmou. Ele, porém, não descarta ampliar a produção para Montes Claros. “Se a demanda for tal que houver necessidade de expansão, talvez.”
O vice-presidente de Relações Institucionais, Odilon Costa, reforçou o impacto científico e social do investimento. “Uma empresa que se preza a ser de pesquisa, desenvolvimento e inovação vive momentos emocionantes. Um empreendimento dessa monta vai abrigar muitos novos empregos, vai produzir muita ciência e muito produto, principalmente de acesso ao SUS. Tudo isso nos enche de muito orgulho e de muito compromisso com a saúde do país.”
“Aqui existe um potencial de mão de obra qualificável. Estamos muito atentos a esse detalhe para torná-la qualificada com formação profissional na fábrica e nas universidades”.
O consultor Abílio Carnielli Filho também ressaltou o avanço tecnológico que chega ao Norte de Minas com a Cristália. “O mais importante é o passo adiante em tecnologia. Chegou a Montes Claros uma instituição que traz no seu bojo uma tecnologia de primeiro mundo.” Ele afirmou que o movimento deve transformar o perfil produtivo da região. “Fabricar é fácil, mas desenvolver, criar e inovar é o grande desafio da modernidade. A Cristália é ponta, top de linha”, disse.
“Para nós que temos uma indústria farmacêutica avançada, é muito importante um centro universitário também preparado para suportar esse desenvolvimento. E nesse aspecto temos aqui a Funorte, que é um exemplo também de avanço de tecnologia em educação”, finalizou.
