economia

Criatividade garante a sobrevivência dos pequenos negócios

Mesmo com 72% defendendo a inovação, falta de recursos ainda freia o setor

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 17/10/2025 às 22:03.
Levantamento aponta que maioria dos empreendedores já mudou produtos, serviços ou processos, mas esbarra em limitações financeiras e operacionais (Larissa Durães)
Levantamento aponta que maioria dos empreendedores já mudou produtos, serviços ou processos, mas esbarra em limitações financeiras e operacionais (Larissa Durães)

Às vésperas do Dia Nacional da Inovação, celebrado neste domingo (19), o Sebrae Minas revela que 72% dos pequenos empreendedores do Estado enxergam a inovação como fator decisivo para a sobrevivência de seus negócios, sinal de que criatividade e reinvenção já fazem parte da rotina empresarial mineira. 

A pesquisa de 2024, foi feita com 848 empreendedores, mostra que 56% já inovaram em produtos, serviços ou processos e 25% pretendem inovar no futuro. Entre os que inovaram, a maioria relatou melhorias na qualidade, no atendimento e na fidelização de clientes.

De acordo com o levantamento, as inovações mais comuns entre os empreendedores mineiros estão ligadas ao marketing (49%), à tecnologia (40%) e ao modelo de negócios (34%). As áreas mais buscadas para aplicar inovação são o marketing (41%), o varejo (29%), a tecnologia da informação e comunicação (26%) e a inteligência artificial (16%).

Apesar dos avanços, a pesquisa também identificou desafios que dificultam a implementação de novas ideias: 70% dos entrevistados apontaram a falta de recursos financeiros, 37% mencionaram a escassez de mão de obra qualificada e 26% citaram a falta de tempo para desenvolver e aplicar inovações.

A gerente de Inovação e Mercado do Sebrae Minas, Lina Volpini, destaca que inovar não significa, necessariamente, investir grandes quantias em tecnologia. “Muitas pessoas ainda associam a inovação a tecnologias complexas, mas ela pode estar em ações simples, como repensar processos e buscar novas formas de resolver problemas. O importante é estar aberto a experimentar e aprimorar continuamente”, explica.

Ainda segundo o estudo, cerca de 94% das empresas inovadoras não recorreram a editais de fomento, o que, segundo Lina, reforça a necessidade de políticas públicas e programas de incentivo. Ela acrescenta que o Sebrae Minas atua para orientar os empreendedores e ampliar o acesso a iniciativas de inovação em parceria com outras instituições.

O administrador Euzébio Nobre também enfatiza o papel do marketing como ferramenta estratégica de inovação. “O marketing é uma chave principal para a inovação. O pequeno empresário tem dificuldade de investir em comunicação e, muitas vezes, não consegue manter campanhas contínuas. Mas o marketing é a melhor forma de comunicar qualquer inovação”, avalia.

Ele lembra que a falta de uma estratégia bem estruturada pode comprometer o alcance das ações inovadoras. “Se o empresário investe em tecnologia e não comunica de forma eficaz, não vai atingir o objetivo. É fundamental entender o tipo de público e escolher os canais certos”, afirma.

Euzébio ressalta que o marketing digital e o uso de ferramentas como o tráfego pago continuam entre as práticas mais eficazes. “Nas plataformas do Meta, é possível impulsionar publicações a partir de um dólar por dia, com resultados direcionados. Já a inteligência artificial, com ferramentas acessíveis como o ChatGPT, permite adaptar estratégias e conteúdo de referência para diferentes negócios”, explica.

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