Minas Gerais

Confiança da pequena indústria cai em janeiro; setor sentiu o impacto da segunda onda de Covid

Larissa Durães
22/02/2022 às 00:59.
Atualizado em 22/02/2022 às 12:01
PÉ ATRÁS – A indústria do vestuário foi uma das mais impactadas pela pandemia, já que o consumo de roupa ficou para segundo plano (Jean Kaick/divulgação)

PÉ ATRÁS – A indústria do vestuário foi uma das mais impactadas pela pandemia, já que o consumo de roupa ficou para segundo plano (Jean Kaick/divulgação)

A nova explosão de casos de Covid-19 em janeiro, a inflação em disparada e o desemprego em um alto patamar derrubaram a confiança dos pequenos empresários, principalmente os do setor da indústria.

O retrocesso do otimismo é indicado na pesquisa Índice de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), realizada pelo Sebrae Minas entre os dias 10 e 21 de janeiro. Foram ouvidos 1.204 empreendedores, que retrataram o abalo na confiança dos pequenos negócios mineiros.

O Iscon geral do segmento ficou em 115 pontos no primeiro mês de 2022, um ponto abaixo do registrado em dezembro. Mas, a avaliação da indústria caiu seis pontos, fechando em 111.

“Certamente, os desafios das condições econômicas, inflação, taxas de juros elevadas e alto desemprego, somados às inseguranças sobre a evolução da pandemia em janeiro, mês em que foram registrados números recordes de contaminação, fizeram com que a confiança dos donos de pequenos negócios se mantivesse praticamente no mesmo patamar de dezembro”, destaca Paola La Guardia, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.

A indústria, por sua vez, setor que registrou o menor Iscon em janeiro, apresentou piora significativa não só nas expectativas dos empresários para os próximos três meses, como também na avaliação da situação recente.

“A elevação dos casos de Covid-19 afetou parte do setor em suas expectativas de demanda, ao provocar aumento das restrições em outros países. O maior número de empregados afastados por questões de saúde também contribuiu para a piora na avaliação sobre o trimestre anterior”, explica Paola La Guardia.
 
IMPACTO
O sentimento é confirmado pelo presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Norte de Minas (Sindvestnorte), Olímpio Maia Abreu. Ele associa a baixa confiança das pequenas indústrias à pandemia. “O principal motivo por estarmos passando dificuldades é a pandemia”.

Olímpio afirma que no setor de confecção o impacto foi muito grande porque roupa não é considerado produto de primeira necessidade. “Os fornecedores, quando voltaram, tiveram dificuldades de repor a matéria-prima, além do fato de que algumas empresas passaram a vender para nós somente à vista”, explica, o que, segundo ele, é inviável.

“Por estas razões, muitas empresas fecharam e tem empresas, neste momento, que estão com dificuldades, se mantendo no limite”, lamenta.


 

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