Em Montes Claros, o acumulado do ano alcança 3,15% em abril
Em Montes Claros, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que engloba famílias com renda de até dois salários mínimos, apresentou um aumento de 0,80% em abril de 2024, superando o índice registrado em março, que foi de 0,59%. Com esse resultado, o acumulado no ano atinge 3,15%. Esses dados foram divulgados pela pesquisa de variação de preços realizada pelo Departamento de Economia da Unimontes. Condições climáticas tiveram impacto significativo nos preços.
Esse aumento do IPC em Montes Claros, segundo a economista Vânia Vilas Bôas, sugere uma tendência de aumento dos preços na região, o que pode afetar negativamente os consumidores locais, aumentando o custo de vida.
“Pois, os preços de frutas, verduras e legumes estão em alta devido às condições climáticas adversas, como o excesso de calor”. Este aumento ainda não considera o impacto esperado para maio, especialmente no Sul, avisa a economista, que acredita que, em abril, o clima ensolarado em várias regiões produtoras contribuiu para esse aumento. Ela destaca ainda que em Montes Claros, o aumento nos preços dos combustíveis, como gasolina (1,54%), etanol (4,47%) e óleo diesel (0,36%), “que afetam diretamente o consumidor final devido à predominância do transporte rodoviário na distribuição de produtos no Brasil.”
Contudo, há quem não percebeu este aumento. Como o aposentado Mauro Magalhães, que mesmo com esse aumento de parcialmente 30% de março para abril, diz não ter percebido tanta diferença. “Faço a feira para 12 pessoas, mais ou menos, e não percebi diferença significativa, mesmo comprando tantas coisas”, conta. Ele explica que o que compra normalmente são produtos mais básicos. “E nesses itens básicos, não notei um aumento significativo, não. Na carne, por exemplo, também não percebi”.
Em abril de 2024, em Montes Claros, os alimentos aumentaram 1,52%, contribuindo com 0,45% para o aumento geral dos preços, segundo o IPC. “Enquanto os custos de transporte (1,08%) ficaram com o segundo maior peso, adicionando 0,21% ao aumento geral. Depois, o de saúde e cuidados pessoais com 0,93%, contribuindo com 0,09%”, informou Vânia.
Por outro lado, os preços das roupas caíram 0,55%, reduzindo o aumento geral em 0,03%. “O resultado de abril confirma uma maior perda do poder de compra do montes-clarense. Nas duas primeiras semanas de maio, a pesquisa demonstra um aumento nos preços de produtos in natura e uma queda nos preços dos combustíveis”, diz Vânia, que acredita em uma inflação menor em maio. E aconselha que, para economizar, sugere “a velha prática de pesquisa de mercado”.
INPCA
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (INPCA), divulgado pelo IBGE, que avalia mais de 40 salários, indica que no país, em abril, houve um aumento de 0,38%, representando uma elevação de 0,22 ponto percentual em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, a inflação atingiu 1,80%, enquanto nos últimos 12 meses, observa-se uma alta de 3,69%, abaixo do período anterior de 3,93%. Os destaques são os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Alimentação e bebidas (0,70%) como os principais responsáveis pela alta, com influência direta no índice. Por outro lado, transportes (0,14%) tiveram impacto negativo, com destaque para a queda nas passagens aéreas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou aumento, com alta de 0,37% em abril.