O comércio de Minas Gerais chega ao Natal de 2025 com expectativa positiva, incluindo o Norte de Minas. Pesquisa da Fecomércio MG, realizada entre 3 e 10 de novembro com 417 empresas de todas as regiões do estado, aponta que 52% dos empresários acreditam em vendas melhores que as do Natal de 2024, enquanto 19,2% esperam repetir o desempenho do ano passado. O Natal permanece como a principal data do comércio, impactando 89% das empresas, e 56,3% dos entrevistados se disseram satisfeitos com o faturamento do último Natal.
Para o último trimestre de 2025, 50,6% dos comerciantes demonstram confiança em resultados superiores aos de 2024, impulsionados pelo pagamento do décimo terceiro salário, pelo valor simbólico da data e pela expectativa de recuperação do consumo. Apesar do otimismo predominante, 17,7% dos empresários, inclusive do Norte de Minas, projetam queda nas vendas, citando endividamento das famílias, retração do consumo e maior cautela do consumidor diante do cenário econômico.
O empresário montes-clarense, Lucas Natanel, avalia 2025 com otimismo e destaca o bom desempenho nas vendas ao longo do ano. Segundo ele, a procura pelos produtos e serviços tem sido bastante positiva, refletindo diretamente no faturamento da empresa. “Já percebemos um crescimento significativo em relação ao ano passado, com um aumento em torno de 20% nas vendas. Estar em uma casa nova nos permitiu oferecer um atendimento ainda mais personalizado aos nossos clientes, o que tem feito toda a diferença”, afirma. Para Lucas, as datas festivas de fim de ano, como Natal e Réveillon, também impulsionam o movimento, já que as pessoas buscam estar com as unhas bem cuidadas para as celebrações.
Inaugurada em agosto deste ano, a nova loja ampliou as possibilidades de atendimento e variedade de produtos. Lucas ressalta que o espaço reúne uma linha completa de esmalteria, artigos para mãos, pés e unhas, além do serviço de amolação de alicates. “Trabalhamos com as melhores novidades do setor e atendemos centenas de profissionais da área. O fim de ano é um período estratégico para as vendas, e o cliente ainda pode aproveitar para presentear com kits completos, pensados especialmente para quem valoriza beleza e cuidado”, conclui.
Ainda conforme a pesquisa, para impulsionar os resultados, os comerciantes pretendem adotar estratégias como investimentos em propaganda e promoções, apontados por 29,5% dos entrevistados, além de atendimento diferenciado, opção escolhida por 29%. Ainda assim, 7,8% afirmaram que não pretendem realizar ações específicas para o período natalino. Em relação ao abastecimento, mais da metade dos empresários (50,4%) já realizou os pedidos para o Natal, mas ainda aguarda a entrega das encomendas, enquanto 23,5% informaram estar totalmente preparados para as vendas da data.
Quanto aos produtos mais procurados, além da tradicional linha alimentícia, roupas e acessórios despontam como os itens com maior expectativa de saída. Segmentos como móveis e eletrodomésticos, supermercados, hipermercados, bebidas, papelaria, tecidos, vestuário e calçados estão entre os mais impactados pelo período natalino. No ambiente digital, 43,9% das empresas afetadas pelo Natal também realizam vendas on-line, com destaque novamente para roupas, acessórios e calçados. Para 50,6% desses empresários, o aumento do faturamento deve variar entre 10% e 30% no período.
Segundo a economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, o Natal mantém seu papel estratégico para a economia mineira. “O Natal é uma data com forte apelo emocional e gera impactos positivos não apenas para o comércio, mas também para os setores de serviços e turismo. Apesar de desafios como o alto endividamento das famílias e o encarecimento do crédito, as estratégias adotadas pelos empresários — como diversidade de produtos, atendimento diferenciado e facilidade de pagamento — podem atrair até mesmo o consumidor mais cauteloso”, destaca.