
As vendas para o próximo Dia das Mães, que será celebrado no próximo domingo (11), devem crescer 1,9% em relação ao Dia das Mães de 2024, movimentando cerca de R$ 14,37 bilhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Apesar do aumento, o avanço é considerado modesto, pressionado pelo crédito caro e pela inflação. O segmento de vestuário, calçados e acessórios deve liderar o faturamento, com previsão de R$ 5,63 bilhões, seguido por farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 3,02 bilhões), enquanto setores como móveis, eletrodomésticos e informática devem registrar queda.
A funcionária pública Helena Costa ainda não decidiu qual presente comprará para sua mãe, mas está dividida entre um eletrônico ou uma blusa. “Não notei aumento nos preços, mas ouço as pessoas dizerem que está mais caro, sim!”, conta. Para ela, a escolha envolve preço, utilidade e valor sentimental, mas o que pesa mesmo é a reação da mãe. “Penso mais no rosto feliz da minha mãe. O que vai deixá-la mais feliz? Aí compro.” Helena costuma decidir perto da data. “Sempre”, admite.
Conforme a CNC, a inflação já impacta os preços, com alta média de 5,8% em produtos como joias (+33,7%), chocolates (+21,5%) e perfumes (+9,8%). A data ainda deve gerar cerca de 30 mil vagas temporárias, embora a taxa de efetivação caia de 29% para 20%.
Em Montes Claros, Ernandes Ferreira, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), avalia o cenário positivamente, destacando que o Dia das Mães continua sendo a segunda data mais importante para o varejo. “Está havendo, em termos de consumo interno, quase uns 50% dos lojistas com a expectativa de vender mais do que no ano passado, e o Dia das Mães movimenta vários segmentos, o que é muito positivo para a economia, gerando muito dinheiro”, afirma. Ernandes destaca que, diante do crédito mais caro, os comerciantes têm sido criativos. “Eles têm ouvido muito os consumidores e procurado juntar condições de pagamento e acessibilidade, negociando com fornecedores de forma que todos saiam ganhando”.
Os segmentos de maior destaque, segundo ele, são confecções, calçados, acessórios, perfumes, cosméticos, cestas de presentes, floriculturas, restaurantes, supermercados, utensílios domésticos, eletrodomésticos e eletrônicos. As contratações temporárias devem crescer entre 5% e 10% em alguns setores. “Os lojistas aproveitam esse período para testar novos profissionais e verificar se podem efetivá-los. Invistam em trabalhar bem, se comportarem bem, porque podem ser efetivados. Além disso, ganham experiência e histórico para a carreira profissional”, aconselha.
Sobre a inflação, Ernandes reconhece o impacto no comportamento, mas admite. “O apelo emocional e afetivo no Dia das Mães é muito grande”. Para ele, o ticket médio em Montes Claros deve ficar entre R$ 150 e R$ 200.
Ana Paula Cardoso, comerciante de vestuário feminino e infantil no bairro Santo Antônio, em Montes Claros, relata que as vendas ainda não começaram a aquecer em sua loja, mas espera movimento maior ao longo da semana. “Eu creio que essa semana já comece, mais para o final da semana”, diz. Otimista, ela projeta um aumento de mais de 50% nas vendas. “Os meus clientes gostam de comprar coisa boa para as mães, acredito que o ticket médio vai estar entre 200 a 350 reais.” Para atrair os consumidores, ela investiu em marketing com brindes, descontos e outras promoções, além de reforçar a equipe. “Com o aumento das vendas nesta data, temos que oferecer um atendimento especial”, afirma.
*Com informações da Agência 61