Economia

Ceia de Natal mais cara

Produtos consumidos nesta época aumentaram, em média 17%

Larissa Durães
Publicado em 20/12/2022 às 00:05.
Família do policial militar Frederico Borges: “Não sou daqueles que no Natal tem que comprar Peru. Se este ano está mais barato compro, mas se o lombo estiver mais barato, compro”, conta. (LARISSA DURÃES)

Família do policial militar Frederico Borges: “Não sou daqueles que no Natal tem que comprar Peru. Se este ano está mais barato compro, mas se o lombo estiver mais barato, compro”, conta. (LARISSA DURÃES)

Com o Natal chegando, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) apurou que os produtos para a ceia vão pesar mais no bolso do montes-clarense – aumento médio de 17% em relação a 2021, enquanto a inflação no período foi de 9,17%. 

“Os reajustes foram bem superiores, isoladamente, quando pegamos a média, os aumentos foram maiores. O que faz a gente inferir que, para os trabalhadores com salário mais baixo, vai ficar muito mais difícil ainda ter a ceia natalina com os mesmos itens de 2021”, avalia a economista e coordenadora do IPC da Unimontes, Vânia Vilas Bôas.  

De acordo com a pesquisa, o aumento nos preços foi puxado, principalmente, pelo avanço da inflação no país ao longo do ano, bem como a valorização do dólar, contribuindo pela escalada no preço dos itens natalinos.  

Com o dólar crescente frente ao real, a exportação aumenta e, consequentemente, faz a oferta no mercado interno cair, o que gera encarecimento dos produtos, principalmente as carnes.  

Os produtos importados também ficam mais caros como castanhas, vinhos, azeites, bacalhau e frutas nobres.

Vânia dá algumas dicas para quem faz questão de uma ceia mais caprichada.

“Primeiro planejar o que vai ser comprado, observar ofertas diárias, fazer ceias compartilhadas onde cada grupo fica responsável por algum prato ou bebida. E um lembrete interessante: normalmente, entre os dias 15 e 22, supermercados e “atacarejos”fazem muitas promoções. Então observar estes dias para comprar aqueles produtos que normalmente tem preços mais elevados”, aconselha.

Quem procura olhar as ofertas é o policial militar Frederico Borges, que tem uma família de quatro pessoas.  

“Sempre consegui equilibrar muito, para não deixar de comprar nada, olhando promoções. Não sou daqueles que no Natal tem que comprar Peru. Se este ano está mais barato compro, mas se o lombo estiver mais barato, compro”, conta.  

PRATICIDADE E QUALIDADE 
De acordo com Renata Colares Dias, dona do Maria Sabor buffet, que está no mercado há 26 anos, o impacto em relação às vendas atingem na hora do repasse para o próprio negócio.  

“A gente não consegue repassar todo esse aumento dos produtos da ceia. Pegamos uma média de 11% de aumento do ano passado para este – era vendida de R$ 180 por pessoa e passamos para R$ 200. 

E o reajuste no preço não assustou os clientes.

“Tivemos um aumento de 47% a mais que o ano passado. As pessoas buscam, mesmo, é praticidade. E como já conhecem nosso serviço e qualidade, os clientes nos procuram e informam para os novos”. 
 
MENOS DOAÇÕES 
A assessora Herlane de Jesus Drummond conta que há dez anos, junto com familiares, leva um pouco de sabor natalino para famílias carentes mas que, os preços altos das mercadorias da cesta natalina, fica cada vez mais difícil doar. 

“A gente está tendo que diminuir a quantidade”, lamenta Herlane, que foi ao supermercado comprar itens para dez famílias, mas só conseguiu para sete.

“Os supermercados deveriam fazer um ajuste para tentar ajudar quem consegue ajudar. Então, isso ajudaria a gente e muito diminuindo nos custos para eles, assim conseguiria comprar mais e em quantidade maior e ajudaria mais famílias”, ressalta. 

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