Em Minas Gerais, apesar de 88,9% dos consumidores considerarem os ovos de Páscoa caros, 44,4% planejam incluir esse item tradicional em suas compras, segundo pesquisa da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG). Enquanto isso, 27,8% optarão por caixas de bombons e outros 27,8% escolherão barras de chocolate. Quanto aos destinatários dos presentes, 31,9% mencionaram os filhos, seguidos pelo cônjuge (18,8%), pais (14,5%), sobrinhos (13,0%), amigos (8,7%) e outros (13%).

Como é o caso da mãe de dois filhos, Juliana Rocha Fagundes. “Pretendo comprar, porque não tem jeito. É uma pressão enorme, então vou dar para os dois filhos, tem que ser para os dois. E a namorada do filho dou o dinheiro, porque ele não trabalha ainda. Mas, acaba sendo eu dando também”, conta.

“Uma coisa que eu tenho observado é que as pessoas, antes, compravam muitos ovos para várias pessoas para presentear. Hoje, a gente sente que eles compram mais para consumo, compra para si próprio” observa Ruth Oliveira, proprietária de uma loja de doces localizada no centro de Montes Claros.
 
NOVOS VALORES E TRADIÇÕES
O levantamento da FCDL-MG revela que 77,8% dos mineiros planejam celebrar a Páscoa de alguma forma. Para 37,7%, será com um almoço especial; para 24,5%, presenteando com chocolates; 22,6% preferem apenas reunir-se em família, e 3,8% optam por presentear com bichos de pelúcia. Apenas 11,3% afirmaram que não pretendem comemorar a data de forma alguma.

Para o almoço de páscoa, Juliana relata que o costume é ir para a casa da mãe. “Nós costumamos ir para a casa da minha mãe. É isso que costuma acontecer. Levamos um prato, e a bebida. Tudo combinado com os outros irmãos e irmãs, isso para não ficar pesado. Porque como é um almoço especial, tudo tem que ser melhor e mais especial ainda”, comenta.

Com a Páscoa, o varejo físico enfrenta grandes desafios para atender à demanda e disponibilidade dos itens certos. O aumento nos custos dos insumos afetou a produção artesanal de chocolate nesta Páscoa, conforme indicado por uma pesquisa do Sebrae Minas. A pesquisa revelou que os gastos com ingredientes, embalagens e logística impactaram nos preços de venda, levando alguns a aumentar os preços em até 10% em relação ao ano anterior. 

“Nessa época os produtos usados para fazer os ovos artesanais sobem sempre. A barra de chocolate que era R$ 20 subiu para R$ 25 em torno de uns 5% do valor”, informa a confeiteira, Valdivia Aparecida Gomes da Silva. 

Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, destaca a importância dos empreendedores conhecerem seus custos para definir preços adequados e evitar prejuízos. “É bom oferecer opções de porções menores para tornar o produto mais acessível, tanto para consumo próprio quanto para presentear”, comenta. 

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