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Terça-Feira,22 de Outubro
ECONOMIA DESCOMPLICADA

Afinal, o que é economia doméstica?

Série de reportagens esclarece termos e conceitos da economia para o leitor

Larissa Durães
Publicado em 19/10/2023 às 19:20.

A economia doméstica refere-se à gestão financeira e organização das finanças pessoais de um indivíduo ou família (FREEPIK)

A partir desta semana, O NORTE trará uma série de reportagens que tentarão esclarecer para o leitor algumas figuras e expressões-chave na área do jornalismo econômico. Iniciamos esta série especial esclarecendo os mitos sobre a economia doméstica; algo que, simplesmente falando, parece distante de todos nós. No entanto, é algo totalmente cotidiano.

A economia doméstica refere-se à gestão financeira e organização das finanças pessoais de um indivíduo ou família. Envolve a administração de despesas, orçamentação, poupança, investimentos e tomada de decisões financeiras para alcançar metas financeiras e evitar dificuldades econômicas. É a prática de equilibrar renda e despesas para atingir estabilidade financeira e alcançar objetivos financeiros, como comprar uma casa, economizar para a aposentadoria ou pagar dívidas.

Para Paula Cares Bustamante, professora de economista da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimonstes), quando se fala em economia, principalmente da rotina, do dia a dia, se pensa em dinheiro, em quanto se está gastando, o custo do dinheiro. “E quando se fala em economia doméstica, se fala em quanto se está deixando de gastar”, explica. 

A economista explica que, para economizar, “basta prestar atenção aos eventos que sempre acontecem em uma determinada época, como Dia das Mães, Dia das Crianças, aniversários, entre tantos outros. Então, já me adianto para estes eventos e, já faço as compras antes ou compro depois que passarem, para aproveitar as promoções”, explica. 
 
A ARTE DO EQUILÍBRIO
A economia doméstica é fundamental para garantir estabilidade financeira, evitar dívidas, realizar objetivos e reduzir o estresse relacionado às finanças pessoais. Sendo assim, a economista adverte que o importante é saber que os pequenos detalhes também são economia doméstica; como os pequenos gastos do dia a dia que não colocamos no papel. “Que é abrir uma geladeira sem saber o que realmente queria pegar lá dentro, deixar as luzes e televisão ligados, sem ter ninguém no ambiente. Então, essas pequenas economias do dia a dia que, no final das contas, vão fazer uma grande diferença no orçamento e atrapalhar os planos que tínhamos com esse dinheiro que se foi em coisas que podíamos evitar”. 

Tem algumas regras que indicam despesas fixas e despesas variáveis. A diferença, explica Paula, “que a fixa, independente se usar ou não vou ter que pagar. Como o aluguel, os impostos, mensalidade da escola, etc. e são outras despesas que são variáveis, que devemos entender o que não vai dar pra reduzir e o que podemos reduzir, como reparos e manutenções, fretes e gastos com entregas, reembolso de despesas, etc. Outras coisas temos as nossas despesas básicas como alimentação, moradia, remédio, etc. E as despesas supérfluas que quando estamos em uma situação de aperto temos que saber identificar que é o salão, a academia, o cinema, o barzinho, por exemplo, e começar a cortar do supérfluo à variável”, ressalta. 
 
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
A dona de casa, Patrícia Dias, conta que nunca pensou de fato sobre o assunto. “Nunca pensei, nunca fiz economia de verdade. Só que como agora estamos mexendo com construção, filho na faculdade, agora não tem jeito, temos que priorizar mesmo, também porque entra só um salário em casa”, diz. 

“Agora, o foco é o básico e os fixos, como alimentação, contas a pagar que chegam todos os meses, plano de saúde. Essas coisas não têm como economizar. Mas não compro mais supérfluo e deixamos de fazer uma viaja aqui, outra lá. E para comprar uma roupa ou sapato, pesquiso bem mais ou até deixo de comprar”, explica. 

Para o ex-professor de economia doméstica, Fábio José Gonçalves, de Vista Alegre (Claro dos Poções), uma das coisas que poderiam ajudar os adultos a terem uma boa educação doméstica, é inserir essa pauta nas escolas do Brasil inteiro, para que crianças possam ter uma melhor noção básica do que se trata, e assim colocar em prática quando crescerem. “Acredito que seja de suma importância. É necessário ensinar as crianças a economizar, ensinar a criança a valorizar as moedinhas que ganham, ensinar a economizar dentro da própria casa, aproveitar restos de matérias que se tem em casa e até mesmo a questão da alimentação que é muito importante. Tudo isso tem que ser ensinado, porque hoje as pessoas estão muito consumistas e jogam fora tudo sem entender o quanto estão desperdiçando de verdade”, finaliza.

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