Por meio da Lei 14.995, sancionada neste mês, o Governo Federal lançou o “Programa Acredita”, que oferece crédito a juros reduzidos para empreendedores. No evento “Acredite no Seu Negócio”, realizado na última semana, o Sebrae e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram um novo fundo garantidor, com potencial de alavancar mais de R$ 9,4 bilhões em crédito.

O programa “Acredita no Primeiro Passo” oferece microcrédito voltado para famílias de baixa renda, trabalhadores informais e mulheres empreendedoras registradas no CadÚnico. Até agora, cerca de 30 mil operações foram realizadas em 11 estados, com 73% do público composto por mulheres. O Ministério da Fazenda espera alcançar 1,25 milhão de transações até 2026, com um ticket médio de R$ 6 mil.

Segundo Décio Lima, presidente do Sebrae, o Programa Acredita preenche uma lacuna na oferta de crédito para micro e pequenos empresários, dos quais 88% não tinham acesso a financiamentos. “O crescimento desse segmento impulsiona o desenvolvimento econômico e promove inclusão social.” Desde a criação do programa, o Sebrae já atendeu 300 mil empreendedores, realizou 50 mil horas de consultoria e 215 mil horas de capacitação. Além disso, 1,1 mil agentes estão espalhados pelo país para auxiliar os empreendedores.

Glenn Andrade, presidente do Sindcomércio de Montes Claros, ressalta que a medida torna o acesso ao crédito mais acessível, superando um dos maiores obstáculos enfrentados por microempreendedores individuais e pequenas empresas. “Vejo essa iniciativa como um passo crucial para a estabilidade e o crescimento desses negócios”, afirma. Andrade destaca que a principal dificuldade desses empreendedores é a falta de garantias ou fiadores, além do baixo faturamento, dificultando a aprovação de crédito nos bancos. “Essa limitação impede o crescimento e a expansão das empresas. Com a facilitação do crédito, será possível fomentar o empreendedorismo, elevar o faturamento, gerar empregos e fortalecer o desenvolvimento econômico”, destaca.

Para obter o crédito, os pequenos empresários precisam consultar os bancos e instituições financeiras credenciadas a operar essa linha de crédito. Se o banco atual do empreendedor não estiver participando do programa, ele deverá buscar outra instituição que ofereça o crédito disponibilizado pelo governo. “Assim como ocorreu com o Pronampe, que foi uma linha de crédito federal amplamente utilizada, essa nova iniciativa busca atender à grande massa de pequenos empreendedores. Por isso, acredito que os empresários não devam perder a oportunidade de acessar esse recurso, que pode ser essencial para a sobrevivência e crescimento de muitos negócios no país”, conclui Andrade.

Simone Rodrigues, empresária de uma loja de roupas em Montes Claros, afirmou que planeja consultar seu banco para explorar a possibilidade de obter mais crédito e encerrar o ano em alta. “Eu não sabia dessa opção de crédito facilitado, por isso vou falar com o meu gerente para ver se consigo um valor adicional, além do que entra das vendas, para reforçar o estoque para as festas de fim de ano, como a Black Friday, Natal e Ano Novo. Se der certo, será ótimo”, disse entusiasmada.

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