Wilson Dias espalha os encantos da viola

Músico mineiro é convidado da Festa do Pequi

Adriana Queiroz
O Norte - Montes Claros
23/01/2020 às 07:07.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:23
 (BENDITA CONTEÚDO & IMAGEM/DIVULGAÇÃO)

(BENDITA CONTEÚDO & IMAGEM/DIVULGAÇÃO)

O cantor, compositor e violeiro Wilson Dias, de 56 anos, nasceu na comunidade do Bamburral, cidade de Olhos D’Água, Norte de Minas, e reside atualmente em Belo Horizonte.

Ele é um dos convidados para a Festa Nacional do Pequi, que acontecerá de 7 a 9 de fevereiro, na Praça da Matriz, quando vai se apresentar ao lado de Wallace Gomes, violão; Gladson Braga, percuteria; e Matheus Dias, baixo. 

O repertório será baseado nos discos gravados: “Pequenas Histórias” (1997); “Outras Estórias” (2002); “Picuá” (2007 ); CD Coletivo; “VivaViola – 60 cordas em movimento” (2009); “Pote – A melodia do chão” (2010), em parceria com Pereira da Viola e João Evangelista; “Mucuta” (2011), instrumental; CD Coletivo – “VivaViola – Viva a Cantoria” (2013),“Lume” (2013) e “Nativo” (2018) , disco duplo (instrumental + cultura popular). ”
 
Nos conta um pouco como foi seu primeiro contato com o som da viola?
Deve ter sido ainda no ventre de minha mãe, pois o costume de meu pai era acompanhá-la nos cânticos das ladainhas, já vinha de longe. Com aproximadamente 7 anos, eu já trabalhava com ele na lida diária da roça. Vez em quando, dava um jeitinho de escapulir e pegar a violinha dele escondido. Tinha que deixá-la do mesmo jeito, para ele não perceber, ou fingir que não percebia. Ali, morava outro mestre muito importante para mim, o folião Chico Barrigada - este me ensinou os primeiros toques de viola. Assim, tudo começou
 
Quais são suas melhores lembranças de Olhos D’Água?
É um celeiro cultural que herdei, desde pequeno, e trouxe para a arte as benéficas influências da vida em comunidade, da cultura e da arte popular, em suas manifestações populares e religiosas. Tenho ido pouco, até gostaria de ir mais, pois ainda tenho família e amigos por lá. As brincadeiras de roda nunca saíram de minha memória. A família reunida, cantando, dançando e jogando versos. Naquele tempo, não havia luz elétrica e as crianças se reuniam para pegar vagalumes e encher os vidros com suas cores. Era uma espécie de disputa, para ver quem pegava mais vagalumes e qual vidro lumiava mais. Era um mundo de luzes e cores. E essa luz me guia até hoje.
 
O movimento em torno da viola no Brasil tem atraído muita gente jovem?
Sim. E o melhor é que a viola deixou de ser um instrumento representativo apenas do homem do campo, do caipira. Hoje, ela está inserida em todos os seguimentos da música popular brasileira, o que, para nós, violeiros, é motivo de comemorar. Ou seja, a viola é de festa, ela é de mutirão, é de quem se manifesta na cidade ou no sertão. 

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