Vanderleia Lacerda deixa a infância de pobreza e se transforma em empreendedora e universitária

Adriana Queiroz
O Norte
31/03/2020 às 02:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:08
 (Divulgação)

(Divulgação)

De família muito humilde de Taiobeiras, a infância de Vanderleia Lacerda foi marcada por muitas dificuldades, mas ela nunca perdeu a dignidade e a esperança de ter uma vida melhor. Vivia em situação de vulnerabilidade social, insegurança alimentar e nutricional e abaixo da linha da pobreza. O pai dela era “cisterneiro de mão cheia”, mas se definhava pelo vício da bebida alcoólica e uso de tabaco. Faleceu aos 46 anos de infarto. A mãe vendia cosméticos para complementar a renda. “Vivíamos na miséria absoluta, em que às vezes nos faltava o pão, mas nunca a esperança de dias melhores. Eu e minhas irmãs éramos subnutridas. Tinha dia que era triste, não tínhamos nem uma cebola para comer”, conta Vanderleia.

A adolescência veio cedo e, com ela, a responsabilidade para uma menina que teve que se desenrolar para ajudar no sustento da casa. Trabalhava como atendente de lanchonete até de madrugada e estudava durante o dia. A vontade de estudar e mudar a realidade a cada dia crescia. Sonhava em ter três profissões: advogada, psicóloga e nutricionista.

Passado algum tempo, de subnutrida passou a obesa. Chegou a pesar 91kg, sofreu preconceitos, mudou radicalmente sua história e se apaixonou de vez pela nutrição. Hoje, aos 33 anos, Vanderleia é símbolo de força de vontade e persistência. É mãe de Davi e Rebeca, técnica em enfermagem e, atualmente, acadêmica do 6 período de nutrição da Fasi.

A profissional e estudante administra a Kukaxik, uma microempresa que confecciona toucas e gorros cirúrgicos e culinários, aventais, dentre outros acessórios.

Quando criança, já se arriscava na cozinha?
Sempre gostei de cozinhar. Me lembro que tinha uma panelinha e sempre no meu bairro juntava uma turma de amigos para brincar de “cozinhadinha”. O fogão era a lenha.

 
Como cuidar da alimentação durante a pandemia do coronavírus?
O ideal seria que a gente cuidasse o ano todo, o tempo todo, né? Mas nesse momento crítico em que vivemos temos que tomar algumas precauções necessárias, como fazer uma alimentação de forma inteligente, optando por frutas, legumes e vegetais em uma dieta equilibrada e sem esquecer de higienizá-los de forma correta para que se tornem seguros para o consumo.
 
Você também administra a Kukaxik. Conte um pouco como desenvolveu a ideia:
O projeto da Kukaxik foi desenvolvido através de uma conversa em uma roda de acadêmicas do curso de nutrição na faculdade. Havia uma colega que queria comprar uma touca colorida, divertida, e uma estampa que remetesse a nutrição. Na ocasião, como sempre fui muito curiosa em aprender coisas novas, cheguei em casa “encafifada” com a ideia. Tarde da noite, acreditei que conseguiria desenvolver uma peça dessa, olhando a foto no celular. No dia seguinte, fui à loja onde se vende tecidos, comprei meio metro de um pano que remetesse a “comidinhas”, arregacei logo as mangas e desenvolvi as primeiras peças. Daí comecei a produzi-las e logo tinha que criar uma marca. Então veio a ideia de colocar o nome de “Coisinhas de Nutri”. Mas outros profissionais, de outras áreas da saúde e culinária, começaram a me procurar. Achei melhor mudar a marca para “Kukaxik”, que remete a “cabeça chique, arrumada, bonita, enfeitada.


 

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por