Taberna substitui cachaçaria com proposta independente

Jornal O Norte
Publicado em 08/07/2009 às 11:31.Atualizado em 15/11/2021 às 07:03.

Michelle Tondineli


Repórter



Neste semestre de 2009, o bar Taberna Roots está abrindo espaço musical para as bandas da cidade, com o intuito de mostrar os trabalhos desenvolvidos por elas nos últimos tempos. E nesta semana, nova programação está à vista para a melhoria desse espaço que se propõe independente.



O Taberna, antes de novembro de 2008, era conhecido como Cachaçaria do Durães. De acordo com o novo proprietário do bar, Ras Nazareno, essa mudança aconteceu devido à ida do antigo proprietário, José Durães, para o estado de São Paulo.



- Em setembro de 2008, a antiga cachaçaria e os Leões do Cerrado iniciaram um projeto com o intuito de ter um dia de reggae na cidade, o que não existia. E aí, no mês de novembro, a negociação acabou dando certo, e até os dias de hoje estamos com o Taberna Roots - conta o empresário Ras Nazareno.



CENA INDEPENDENTE



O músico ainda explica que o trabalho desenvolvido para a cultura da cidade, com o Taberna Roots, está entrando no mercado para somar e engrandecer a cena musical independente.



- A programação é recheada de terça a domingo. Na terça-feira acontece o forró com Mangariah, na quarta a nova programação é novidade, e começa nesta quarta-feira com o Clube do vinil, para qualquer pessoa que quiser levar o antigo LP para escutar na radiola. Na quinta-feira acontece o dia do arroz com pequi oferecido de graça nas mesas, com o som da banda La Radiolina. Sexta acontece o melhor do rock in roll da cidade com o Cachaça in Roll, com um sorteio de rodada de pinga nas mesas do bar. Além disso, no sábado existe uma nova programação surpresa, que ainda será divulgada neste sábado. E, no domingo, o tradicional reggae com a banda Seu Istylinga - explica.



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O pernambucano Otto canta no Taberna Roots.



O espaço para novas bandas é através de uma apresentação do cd ou de músicas da banda, sendo encaixados na programação se aceitos. Com direito a dividir a entrada cobrada com a banda do dia.



Para Nazareno, o resultado alcançado pelo Taberna como palco da cena independente foi bastante positivo, e principalmente, na questão da cena reggae em Montes Claros, que não existia.



- Cheguei aqui nesta cidade a cerca de um ano e meio, e comecei a fazer parte da banda Seu Istylinga, podendo reparar no crescimento da cena reggae. Pois o nosso projeto inicial era realizar eventos de reggae na cidade, e essa transformação foi uma questão positiva para a cidade, argumenta.



Como todo local, Nazareno cobra o valor de R$ 3,00 (três reais), sendo dividido entre os músicos que tocam no local. O bar fica somente com o lucro das bebidas e comidas vendidas. O local também oferece todo o equipamento de som, com exceção dos instrumentos pessoais que ficam sob responsabilidade do músico.



- Temos a preocupação de pagar o cachê, pois pensamos da mesma forma que músico, e já temos o pensamento do empresário também, nós sabemos da dificuldade do artista, e estamos querendo valorizar o trabalho, afirma.



PÚBLICO ALVO



Nazareno conta que muitas pessoas questionam sobre o público do Taberna, a maioria acha que são pessoas rebeldes e que não gostam de fazer nada da vida. Mas o músico discorda.



- Eu costumo dizer que todo mundo vai lá, não existe a diferença de classes, eu falo que é uma mistura da nação com a galera do rock e a galera do reggae, é um encontro das tribos, afirma.



MUDANÇAS



A programação de quarta-feira com o Clube do Vinil, e a surpresa dos dias de sábado, são a inovação deste espaço musical na cidade. Mas Nazareno revela que a segunda-feira também passará a ter programação no futuro, no momento é o dia de descanso.



- Uma das atividades neste segundo semestre é convidar bandas de outras cidades, para dar oportunidade a elas, procurando também fortalecer a questão da cidade de conhecer novos sons. E eu tiro meu chapéu para as bandas locais que estão fazendo um bom trabalho com próprias autorias, comenta.



Para o Taberna Roots, além da nova programação Nazareno prevê uma reforma.



- Mesmo com toda correria de cuidar do bar e das bandas, estamos pensando em melhorar o espaço, vamos transformar o taberna em um point cultural, não só com músicos, mas com teatro, artes e outros. E também temos a preocupação com o vizinho,  por isso vamos recuar o palco para aumentar o espaço, mudar o banheiro e a acústica do lugar, explica.



VIVER DE MÚSICA



Nazareno fala que as pessoas comentam com ele da grande transformação realizada em sua vida, em sair do Ceará e mudar para trabalhar com música em Montes Claros.



- Eu acho que se você tem sonhos, você corre atrás e enfrenta os obstáculos. O músico tem sempre que correr, mesmo que viver de música não dá, ele sobrevive.  E sobreviver da música não é só subir no palco e tocar, o músico deve fazer um workshop, dar aulas, procurar outras coisas relacionadas. Ser realizado é muito bom, afirma.

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