Michelle Tondineli
Repórter
Montes Claros, cidade de muitos artistas, conta sempre com novos músicos e variadas apresentações. O trio Soul Barnabé, que faz parte deste contexto, se apresenta neste sábado, 25, na boate Firebull, juntamente com a banda Antiquarius e o músico Edu Lemos.
Formado por Matheus Nani na percussão e vocal, Diassis dos Santos (Profeta) no vocal e violão e Gabriel Brant no contrabaixo, o trio nasceu do projeto da dupla Matheus Nani e o Profeta.
- Na iniciativa de ampliar e dar corpo à dupla, fomos em busca de um novo integrante e chegamos até o Gabriel. Daí, então, o trio de voz, violão, percussão e contrabaixo. Eu e Profeta nos juntamos na Unimontes e nesta oportunidade precisava de um violonista para alguns shows. No ano de 2009 tivemos um grande número de trabalhos em diversos bares e eventos. A vontade de continuar e melhorar o trabalho é que nos fez buscar mais um integrante. A sintonia com Gabriel foi a mesma e no início deste ano ele passou a tocar com a gente. A vontade é igual tanto para mim quanto para o Diassis e Gabriel logo topou fazer parte dessa família, que tenta buscar seu espaço no cenário musical de Montes Claros - afirma Matheus Nani.
A escolha do nome da banda é que sempre representa uma tarefa difícil, pois é preciso passar a mensagem do grupo em uma ou duas palavras.
- Para encontrar um nome que realmente case com nossa música, personalidade, algo que mostre ao público o quem somos e o que queremos transmitir, demoramos semanas, até encontrar o Soul Barnabé, que, na verdade, nasceu de uma mistura de ideias. Matheus, nosso percussionista e vocalista, teve a ideia de usar alguma coisa ligada ao vocabulário mineiro. Pensamos em diversos nomes que pudessem ser ligados ao sô, uma de nossas típicas expressões. Encontramos o Barnabé, que é irreverente, e adaptamos o sô para soul. O nome pareceu divertido e principalmente representou algo que encontramos juntos, conversando, criado de nós mesmos para quem gosta de nosso trabalho - conta Diassis.
Segundo ele, o objetivo da banda é o mesmo da maioria dos músicos, de levar seu trabalho para grandes públicos e conseguir viver de música. Enquanto isso não acontece, cada um continua com seu trabalho, lutando para que as coisas aconteçam.
- Engraçado que cada um faz coisas completamente diferentes. História, Publicidade e Análise de sistemas que se juntam para se transformar em música - afirma Profeta.
De acordo com Matheus, o grupo não tem um estilo definido, pois recebe várias influências.
- Mesclamos pop, samba e algumas coisas do reggae em um vasto repertório. Acho que essa maneira de trabalhar facilita a abertura de oportunidades para diversos tipos de eventos. Em um evento particular, por exemplo, deixamos a critério do contratante escolher músicas de seu gosto para somar com o que queremos apresentar. É super interessante, porque, dessa forma, montamos um show juntos, que agrade tanto nós mesmos quanto quem está nos ouvindo. Importante também para acrescentarmos novas canções e descobrir as preferências do público - conclui.
TRIO SONHA COM GRAVAÇÃO DE CD AUTORAL
O Soul Barnabé já se prepara para gravar um CD com canções autorais. Uma das músicas do trio, composta por Diassis, inclusive, já tem tocado nas rádios da cidade. A intenção é justamente divulgar o trabalho, para que o público já tenha contato com as canções. Embora a gravação seja só de violão e voz, ela é importante neste sentido.
A banda pretende entrar para o estúdio em 2011 e trabalhar suas composições. A montagem já está sendo feita e o objetivo é fazer um trabalho de qualidade.
- Quando se compõe uma música, ali somos nós, juntos, fazendo algo que vivemos juntos, tem nossa cara, nossas pretensões. E é isso que vamos mostrar no CD da Soul Barnabé - afirma Gabriel Brant.
O trio defende que quem não acredita que é possível viver de música não deve continuar nesta luta.
- A gente luta junto por um objetivo comum e as dificuldades são gigantes. Música é um negócio caro, depende de constantes investimentos, demanda muito trabalho e dedicação. Acho que o fato de viver de música corresponde a aceitação e reconhecimento desse esforço, dessa batalha. Quando isso ocorre, estamos de frente a nossa realização pessoal e profissional - afirmam.
Para Matheus, o mercado da música é agressivo e a competição muitas vezes é acirrada.
- Não dizemos pelas rivalidades, que, aliás, não cultivamos. Ao contrário, a Soul Barnabé busca um constante intercâmbio com outros músicos, uma ajuda mútua para o crescimento de todos. E a gente fala isso de verdade mesmo. É importante conversar, trocar ideias sobre músicas, instrumentos, trabalhos. Aqui em Montes Claros tem muita gente boa tocando, fazendo trabalhos super interessantes. A boa qualidade musical aliada a bons contatos pode ajudar a entrar nesse mercado. Como dissemos antes, é sempre bom investir, inovar, tanto em repertório quanto em instrumentos, para manter os espaços abertos, já que temos aqui em Montes Claros ótimos músicos e musicistas - diz.
Diassis acredita que o espaço musical da cidade pode ser melhorado, através do incentivo aos músicos, seja por parte da família, dos amigos e da iniciativa pública e privada, em forma de recursos, pois tocar não é algo barato. Mas há quem pense que o músico chega, toca, se diverte e só.
- Por trás disso, temos horas de ensaio, de preparação e custos com manutenção de equipamentos. Incentivar jovens a começar a vida musical vale a pena. Mesmo que não seja de forma profissional, a música é importante na vida das pessoas e pode fazer bem o papel do esporte na sociedade. É uma forma de ocupação, serve de terapia. Incentivar a cultura com eventos dos mais diversos estilos pode fazer com que cada vez mais apareçam pessoas que vão levar seus trabalhos para o cenário nacional. Cabe também aos donos de bares e organizadores de eventos valorizar nosso trabalho. Saber que para eles a música também é importante. Nossa contrapartida é executar boas apresentações e aumentar o público de seu evento ou estabelecimento. Algumas pessoas fazem bem isso em Montes Claros. A boa iniciativa destas pessoas nos motiva a continuar melhorando - afirma.
Como todos os integrantes já passaram por outras bandas, Matheus diz que essa experiência ajuda na hora de tocar.
- Esperamos continuar juntos, fazendo o que mais gostamos de fazer e que nos sentimos bem. A música em nossas vidas tem um papel especial. Para o futuro, queremos muito trabalho, que, com certeza, virá junto com o reconhecimento, que desde já conseguimos sentir por parte de muitas pessoas. É bacana sentir o apoio das pessoas quando tocamos. As palmas e elogios são nossos estímulos. O futuro que esperamos vem junto da realização financeira também, é claro. Se não disséssemos isso, estaríamos mentindo. Mas, com pés no chão e através de muito trabalho, com certeza - conclui.
Outras informações (38) 3222 - 3733 ou (38) 9174 - 6290 e nani.matheus@gmail.com.
