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Quinta-Feira,13 de Novembro

Sob o canto do Zabelê: A coordenadora do grupo Zabelê, Lucinha Macedo, fala da emoção de se comemorar os 50 do Conservatório Lorenzo Fernandez, que mudou o cenário artístico da cidade

Jornal O Norte
Publicado em 15/03/2011 às 10:44.Atualizado em 15/11/2021 às 17:24.

Adriana Queiroz


Repórter



Maria Lúcia Macedo de Oliveira é formada pelo Celf - Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez em Canto, Piano, Flauta Doce e Ed. Artística.



Adriana Queiroz


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Sua história com a música começou aos sete anos quando o Celf funcionava na Avenida Afonso Pena. Aos 14 anos, ganhou de sua mãe um piano de presente, dona Maria Luiza Lopes.



- Fiquei muito feliz e com a responsabilidade de dedicar ainda mais aos estudos. Logo em seguida, descobri que estava gostando do conservatório e das aulas - lembra Lucinha



Aos 18 anos, Lucinha decidiu optar por continuar no Celf e se formou em magistério no colégio Imaculada Conceição.



No início, a musicista começou lecionando no Curso Livre de Iniciação Musical, piano, percepção musical seguido de flauta doce, teclado e dança folclórica. Também participou do grupo folclórico Banzé. Prosseguiu seus estudos no Conservatório Brasileiro de Música no Rio de Janeiro, onde concluiu o curso superior em Flauta Doce.



E aí, não parou mais.



- Me dediquei a uma parte da música antiga. Trabalhei com o grupo de flauta doce do Celf, do Grupo Instrumental Marina Silva. Aos 22 anos, iniciei minhas atividades como tecladista tocando em recepções, casamentos, acompanhando cantores e corais. Fundamos o Zabelê em 1994, sob a direção de Marina Velloso Sarmento, e em seguida, fiz pós-graduação em Arte e Educação Artística.






50 Anos



Lucinha diz que é um orgulho fazer parte da instituição que celebra 50 anos.



- É um exemplo para muitos conservatórios, é referência em escola, em educação, em arte e música. O Celf contribuiu sobremaneira para o crescimento artístico e musical dos alunos e da cidade - diz.



Lucinha também fala com orgulho de dona Marina Lorenzo Fernandez e diz que ela sempre foi à frente de sua época com garra e coragem.



- A gente tem que citar é mesmo o nome de dona Marina. Ela foi a maior incentivadora, tanto para com os alunos como para as professores, no sentido de aprimoramos sempre - conta.






Curiosidades



Lucinha conta que o Celf funcionou na Avenida Afonso Pena, propriedade doada pelo então prefeito Simeão Ribeiro. Que o primeiro piano foi comprado pelos ruralistas da região e que muitas professoras doavam parte de seu salário para manutenção. E mais: dona Marina dava aula com o piano dela e a estadualização ela conseguiu com Rodon Pacheco.






Viagens



Lucinha viajou pelo Brasil através do Coral Lorenzo Fernandez, do Instrumental Marina Silva, do grupo Banzé e atualmente com o Zabelê.



- Fomos a quase todas as cidades do Norte de Minas, por toda Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e Uruguai. Todas foram importantes. O centenário de Lorenzo Fernandez, na sala Cecília Meireles, marcou muito. O Instrumental Marina Silva fez uma apresentação em Montes Claros e outra no Rio de Janeiro. Tivemos participações de Tavinho Moura, Toninho Horta e Talitha Peres, com peças de Lorenzo Fernandez.



No Uruguai, foram os festivais internacionais com a participação do grupo Zabelê.






Zabelê



- Zabelê é uma ave das matas brasileiras, é um nome regional, adequado ao folclore - explica Lucinha, que canta um trecho da música:



- Xô meu sabiá, xô meu zabelê, toda madrugada, eu sonho com você, se você não acredita, eu vou sonhar pra você ver. O grupo Zabelê hoje conta com 60 pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos e professores.






CONVÍVIO COM A ARTE



Para Lucinha, o mais importante é a convivência com a arte, com os músicos, inclusive a oportunidade de conviver e ouvir muita gente talentosa. E cita Antonieta Silvério, Talitha Peres, Marcelo Andrade, Flávio Augusto, entre outros.



- Uma vez ouvi de uma pessoa que em uma cidade que tem conservatório as pessoas são diferentes, têm atitudes - conta.



Para as pessoas que pretendem se envolver com música, ela dá um conselho:



- Experimente com o coração aberto. O que tem talento vai se destacar, vai se envolver. O estudo da música é difícil, é preciso dedicação. Tenham perseverança e tempo. Quem estuda música é diferente, mais feliz - observa.






MÚSICA EM FAMÍLIA



Lucinha é mãe de Bernardo, 27 anos. O rapaz gosta de tocar violão, MPB e toca até 2 horas seguidas com a família ou amigos.



Quando está em casa, Lucinha não dispensa um bom filme, boas leituras, estudos, sem falar das reuniões de família, sempre acompanhadas de um almoço ou um jantar.



- Gosto de música erudita, Bach, Chopin, Debussy, Handel, da MPB, em especial Tom Jobim, Ari Barroso e Pixinguinha.



Entre as canções preferidas estão Rosa, de Pixinguinha, Passarim, de Tom Jobim, Clair de Lune, Rapsody in blue, Mozart, sonatas e outras peças. Sobre sonhos, ela fala da construção de um teatro em Montes Claros.



- Temos que nos unir. Todos sabemos que a música contribui para amenizar a violência - observa.


 

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