Adriana Queiroz
Repórter
Maria Lúcia Palma Avelar nasceu em Montes Claros, é filha de Delcídia e Geraldo Avelar. Seus avós paternos e maternos eram compositores e as festas e encontros de família eram sempre acompanhados de boa música.
Divulgação
- Minha tia Coqui, ex-professora do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, tocava piano e meus tios cantavam músicas populares e até mesmo as composições dos meus avós - conta Malu, como é carinhosamente chamada pelos amigos.
Assim, influenciada pelas irmãs e primos que estudavam no Celf e participavam de concursos de piano, Maria Lúcia também ingressou no Celf e hoje é uma das criadoras da Orquestra Sinfônica de Montes Claros (Osmc).
A orquestra atualmente é composta de alunos com idade a partir de 12 anos, adultos, ex-alunos, professores e músicos de algumas igrejas evangélicas de Montes Claros.
- Participo da Osmc desde sua concepção, no ano de 2001. Em dezembro completaremos 10 anos - comemora.
Para Maria Lúcia, o maior desafio que encontra pela frente é a manutenção e consequentemente a profissionalização da equipe.
- Estamos aguardando a aprovação de um projeto que possibilitará a realização de cursos de aperfeiçoamento entre outras ações que poderão contribuir para estas melhorias.
Ao longo dos 10 Anos da Osmc, o grupo já apresentou em diversas cidades da região para os mais diversos tipos de espaço e platéias. Segundo a maestrina, um dos dois locais que mais marcaram foi na cidade de Eunápolis-Ba, num concerto de natal.
- Tocamos lá por dois anos consecutivos, depois disto conseguimos criar a própria orquestra deles, tendo como regente um ex-violinista da nossa orquestra, o que nos deixou bastante orgulhosos, apesar de perdermos o músico. Outro momento marcante para a orquestra foi o concerto na Praça da Catedral, em 2005, sob a regência do maestro Jean Reis, que veio a meu convite através de um projeto. O evento foi muito enriquecedor para todos nós da Osmc - conta.
FAZ FALTA
Para ela, já passou da hora de construir um teatro que possa atender à demanda de espetáculos de qualidade.
- Montes Claros é realmente um celeiro de talentos artísticos, a começar por ter uma escola pública de música que atende mais de 4.000 alunos anualmente. A falta de um teatro limita muito nossas produções, em vários aspectos. Muito já foi prometido, mas é preciso aparecer alguém que tenha interesse real e que seja ousado para assumir um projeto de tamanha grandeza, e levá-lo até o fim. É preciso muita vontade e coragem - Diz.
É PRECISO HUMILDADE
Para quem quer ingressar no mundo da música, Malu dá um conselho:
- Eu diria para as pessoas que a música, como qualquer outra profissão, pode ou não gerar uma boa renda, depende mais da sua dedicação enquanto profissional do que outro fator. Hoje há espaço tanto para quem trabalha com música comercial quanto para quem quer a música clássica, basta estar no lugar certo. Em Montes Claros ainda estamos engatinhando nesta área, mas sinto que mesmo devagar estamos melhorando. Diria que durante a caminhada como estudante tenha humildade e escute as pessoas mais experientes que encontrar, elas irão indicar caminhos e poderão até mesmo direcionar suas escolhas - sugere.
REPERTÓRIO
Malu diz que na hora de montar um repertório o que não pode faltar são músicas que mexam com a emoção do público, seja cantada ou com solista de algum instrumento, ou algo que tenha caráter mais festivo, além de músicas que de alguma forma sejam conhecidas.
Quando não está ouvindo música de trabalho, Maria Lúcia diz que gosta de canções que contenham alguma novidade, cantores novos com timbres diferentes, em geral músicas com alguma novidade inteligente.
TRAJETÓRIA
No início da orquestra, Maria Lúcia diz que contou com a ajuda do músico e empresário Amintas Jacques de Morais, trompetista.
- Amintas foi fundamental em todo o processo de criação da orquestra. O pianista Flávio Augusto que nos primeiros anos nos auxiliou como diretor artístico, a pianista montes-clarense Talitha Peres, grande incentivadora e colaboradora durante meu curso de regência. Devo muito a ela, ao maestro Jean Reis, que me rendeu muita experiência, dentre outros que tive contato em minha caminhada - conta.
Para ela, a imprensa montes-clarense teve e tem um papel fundamental em sua trajetória, sempre divulgando os eventos, abraçando a causa e ajudando com matérias especiais.