O músico Sholmes Souto toca nos bares de Montes Claros há 20 anos. Ele diz que começou cantando na banda Urublues Band.
- E depois comecei a estudar gaita harmônica, posteriormente comecei a tocar guitarra, entrando e saindo do conservatório, mesmo assim, porque o blues é uma escola mais curta intuitiva de notas musicais. Atualmente, faço carreira solo com parceria de Sandrinho no violão e Igor Stanley na percussão. No repertório, músicas conhecidas e próprias do CD Pequi Killer - afirma.
Sholmes se apresenta toda quinta-feira no Mapa de Minas. Ele diz que já se prepara para finalizar seu segundo CD.
- Já tenho sete músicas prontas e arranjadas para um próximo CD. Ando sem tempo para procurar patrocínio, pois trabalho em outra área. O músico da noite sempre batalha. Ser músico nunca é difícil, mas se você é iludido que tocar uma vez já o torna músico, não é assim. O que escuto das pessoas com relação ao meu trabalho é com a emoção, que canto com emoção, e grandes músicos são assim. A música para mim é mais que uma forma cultural, ela é uma resolução de problemas - diz.
Para Sholmes, falta incentivo de indústrias e reconhecimento das próprias casas noturnas para com o músico.
- O cliente quer ouvir uma boa música e quem trabalha de graça não tem a mesma qualidade. Os proprietários comparam muito os valores de um músico pro outro. Eu não trabalho com cover, a não ser que a casa tenha um bom respaldo. Quando a casa é nova é melhor trabalhar com um valor fechado para o músico - afirma.
Segundo o músico, os preços de cover na cidade variam, e são baixos, por isso a preferência por um pagamento fixo.
- Os preços aqui variam de R$ 3 a R$ 7. Existe um fundo para que a casa possa renumerar melhor os músicos, mas é uma questão cultural não muito divulgada. O pessoal aqui tem um grande defeito no valor. Em BH, numa casa do mesmo nível o cover vai a R $20 - diz.
Para cativar o público, Sholmes diz que é preciso ter jogo de cintura.
- Eu não gosto de atender pedidos de músicas. Porque eu quero tocar o que me agrada. Alguns clientes não entendem que aquele é meu momento e que posso não me sair tão bem quanto numa música que quero tocar. Já teve várias pessoas que me atacaram verbalmente, falando que sou chato. Quando o cliente é bem rude, eu dou as costas e me calo. Prefiro não entrar em discussão - afirma.
Sholmes já tocou em outras cidades da região e do país, como em Cascavel no Paraná, mas sempre volta para Montes Claros.
- Minhas filhas estão aqui, tenho que terminar uma faculdade e existem outros projetos por aqui. Mas, estou aberto a várias propostas, é só analisar. Aqui, o calor humano é melhor que no Sul, mas o público aqui é aculturado. Gostam de sertanejo e do carnaval da Bahia. Já quem curte MPB, blues, jazz e rock'n roll tem que batalhar - finaliza.
Outras informações www.sholmessouto.blogspot.com, sholmes.souto@hotmail.com, (38) 8401-2576.