‘A vida é prioridade’

Sem carnaval, bairro Morada do Parque vive calmaria para controle da pandemia

Adriana Queiroz
Publicado em 02/03/2022 às 09:41.
BATUQUE – Bateria cadenciada é um dos destaques do Morada do Parque, que tem marchinha própria

BATUQUE – Bateria cadenciada é um dos destaques do Morada do Parque, que tem marchinha própria

A marchinha que virou hino do Carnaval do bairro Morada do Parque é assim: “Nesse Carnaval, eu não vou viajar, vou pra pracinha, deitar e rolar. Nesse Carnaval, não vou viajar, no Morada do Parque vou me embriagar. Cerveja gelada, confete e serpentina, no Bloco do Morada vou entrar no clima.... E quem não vier, que chupe o dedão do pé...”.

Só que neste ano as famílias do Morada do Parque não cantaram as marchinhas, viram o bloco desfilar ou sambaram com a contagiante fanfarra que animava os foliões durante os três dias de Carnaval na praça principal do bairro.

Para o organizador do evento, Josecé Alves dos Santos, aposentado, o momento foi de curtir as netas e aproveitar para investir em um novo projeto, a Rádio web Namorada dos Montes. 

“Em respeito ao decreto municipal, nada foi programado. Há 12 anos, iniciamos aqui o carnaval na Praça do Morada. O objetivo era proporcionar entretenimento para os moradores da pracinha e adjacências”, diz Josecé.

Na edição seguinte, ele conta que com a inclusão de alguns componentes da bateria do antigo bloco carnavalesco Saci, o Carnaval do Morada ganhou outra proporção e o crescimento foi uma questão de tempo.

“Um carnaval estritamente de caráter familiar, o resgate das antigas marchinhas e sambas tradicionais, essenciais dentro do evento. Integração, lazer e samba no pé é o foco, fazendo valer a preservação do verdadeiro Carnaval de rua”, diz.

Durante todas as edições realizadas, Josecé conta que nunca houve registros de desordens, brigas ou conflitos.

“Foram dias de muita animação, tranquilidade e uma programação cultural que agradava ao público de todas as idades. No último Carnaval do Morada, o público chegou a mais de 5 mil foliões e o ponto alto sempre foi a apresentação da bateria cadenciada do Morada, com seus componentes contagiantes fazendo com que a festa fosse reconhecida como o melhor e mais organizado da cidade”, revela.

Segundo Josecé, as melhores lembranças foram os envolvimentos e participações apaixonantes das crianças e jovens.

“Vale relembrar também dos shows ao vivo das bandinhas, dos sambistas e empolgação da Velha Guarda. Muita saudade desses encontros e integração social. Essa época era sempre especial e esperada. Com a chegada do coronavírus, a vida é prioridade e resta a esperança do retorno e reencontro sadio o mais breve possível”, afirma.

Com relação à nova data para a festa, vale lembrar que com ou sem folia é preciso cuidado, pois a Covid está aí e a população precisa estar coberta e segura. Fica, por enquanto, a saudade no coração de todos os moradores do bairro e dos convidados em desfrutar momentos de alegria e descontração.

“Depois de mais de 40 anos convivendo com a folia momesca, e trabalhando há 12 no Carnaval do bairro Morada do Parque, com certeza ainda ferve o sangue que corre nas veias desse inveterado folião carnavalesco”, afirma Josecé.

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