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O Museu Regional do Norte de Minas (MRNM) permanece com as atividades presenciais suspensas, como medida de prevenção à Covid-19. Contudo, as atividades educativas e museológicas não param, sendo realizadas através das redes sociais do espaço (Facebook/Instagram).
Atualmente, o público pode acompanhar a exposição virtual do fotógrafo mineiro Lucas Carvalho, de 44 anos. Em dezembro, Lucas teve seu trabalho repostado no Instagram oficial do MRNM e, como consequência, veio o convite para expor seu no museu de maneira presencial (o que ainda não foi possível) ou nas mídias digitais da casa, no ano seguinte.
Nesta pandemia, residindo em São Paulo, o fotógrafo aproveitou para adquirir equipamentos, e, em casa, aprender mais sobre fotografia. Ele também tem aproveitado o tempo para articular sua voltaa Minas Gerais.
“Ainda tentando me adaptar com o tal novo normal. Preciso interagir para fazer o que faço. Esta pandemia está me ensinando o quão valorosa é a tal interação, que antes ocorria tanto pelas ruas de São Paulo e, principalmente, pelos cantos de Minas. Enfim, como o mundo lá fora é precioso”, pondera.
Sobre a exposição, o fotógrafo diz que a resume em uma palavra: surreal. “Sonho em ser reconhecido, (ter a alcunha) de artista e o museu deixou visível isso em meu horizonte. Neste ano, recebi a extraordinária notícia de que iria representar o museu junto a outros artistas, (fantástico para mim) em um evento de nível nacional: a 19ª Semana Nacional de Museus”, conta ainda.
Foi então que ele enviei seu tema: “A Simplicidade Intrínseca da Mineiridade”, com 12 fotos de acervo próprio. Esse trabalho foi reunido em um vídeo que pode ser apreciado nas mídias digitais do museu (Instagram e Facebook).
Para Karine Dias, historiadora do MRN, os registros fotográficos de Lucas Carvalho têm a habilidade de acessar lembranças afetivas e memórias. Ela avalia que o artista trilha o caminho de captura, em suas imagens, das sensações e sentimentos, mergulhando em uma temporalidade que parece própria da sua intimidade como fotógrafo.
“Ele conseguiu transmitir isso muito bem através da exposição virtual “A Simplicidade intrínseca da Mineiridade”, que revela a magia do cotidiano mineiro. O que é considerado simples torna-se luxuoso, pois é vida, suor, trabalho, tempo, paisagens, natureza. Cada registro é um pequeno pedaço de mundo que serve de instrumento para o despertar de lembranças e valorização do que somos: mineiros”, diz.
DESAFIOS
Quando começou a retratar o simples e as coisas com as quais muito convivia em sua infância, o artista diz que descobriu que despertava memórias, relatos incríveis de pessoas como: “Nossa, lembrei de meu pai”, “de minha avó” e “Casa igual à de minha mãe, onde morei na infância”; “Fiquei muito feliz, é extraordinário para mim o “lembrar”...
“É extraordinário produzir arte, quero muito ser um artista, quero muito ver o que produzo ter uma função, ativar memórias, e guardar tradições e realidades que estão sumindo, mantendo-as ainda vivas (nossa história). Por isso amo roubar do tempo um instante, e este instante se torna um portal para, naquele momento retornar e de tudo lembrar. Isso para mim é fotografar.
Para acessar a exposição: Instagram @elclucas e @elclucasruas, Facebook https://www.facebook.com/Elclucascarvalho.
SOBRE ELE
O artista é de São João del-Rey, cidade histórica mineira. Começou na fotografia nos anos 90, trabalhando com revelação fotográfica, (na era analógica) para a extinta Kodak, até a falência da empresa. Em 2013, para melhor aderir ao universo fotográfico digital, fez um curso pelo Senac São Paulo e começou a retratar duas realidades: ruas da grande metrópole e o universo rural mineiro.
Fazia pequenos eventos e, às vezes, ensaios. Basicamente, uma câmera na mão e uma enorme vontade de fazer arte, escola da vida.