Representantes do setor cultural de MOC questionam distribuição de recursos da Lei Aldir Blanc

Márcia Vieira
O NORTE
03/12/2020 às 00:36.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:12
 (Divulgação)

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Desde setembro, a Prefeitura de Montes Claros já está de posse de R$ 2,6 milhões que deveriam ser destinados aos artistas e espaços culturais contemplados por meio da Lei Aldir Blanc a receber o auxílio emergencial. Dois meses depois, sem ter acesso a qualquer tipo de informação ou recurso, os participantes se mobilizaram nas redes sociais para fazer, ontem, um “abraço simbólico” ao Casarão da Secretaria de Cultura.

Com o anúncio da manifestação para a tarde desta quarta-feira, o secretário de Cultura publicou uma lista de contemplados e rejeitados no processo na noite de terça-feira. Mas o que poderia parecer a luz no fim do túnel acabou causando desconforto.

“Essa lista está cheia de disparidades e o secretário publicou imediatamente após a convocação dos artistas para tentar abortar o manifesto. O dinheiro, que seria o mais difícil, está na conta e a prefeitura, como sempre, ignora prazos e não se preocupa em socorrer aqueles que fazem a cultura existir em Montes Claros”, disse o agente cultural E.S. que não acredita na lisura do processo.

“Disseram que havia uma comissão de especialistas para fazer a análise da documentação, mas quem são estes analistas? Não houve transparência, não houve acesso e acompanhamento dos principais interessados. Tudo feito às escuras”, arrematou.

O processo permitiu a participação de representantes das diversas modalidades culturais, como pintura, escultura, cinema, fotografia, teatro, dança, artesanato, produções musicais, oficinas, ações de incentivo à leitura e outras. Bens imateriais, como grupos folclóricos, também foram incluídos e têm uma previsão de receber até R$ 10 mil. No fomento cultural, os valores variam de R$ 3 mil a R$ 20 mil para 225 projetos selecionados.
 
ESPAÇOS
Pequenas empresas que promovem manifestações artísticas e culturais também puderam se inscrever para buscar um recurso que auxilie na manutenção do espaço. O compromisso é o de sediar atividades gratuitas posteriormente para alunos de escolas públicas.

F.N., no entanto, se surpreendeu ao ver o resultado. “Não entendi os critérios. Fiquei indignado porque a verba é para espaços culturais e nós fazemos isso, inclusive promovendo gratuitamente atividades do setor de educação, shows, teatros e afins. Porém, na lista de contemplados tem pessoas que não se enquadram no que foi pedido”, lamentou.

Até o fechamento da edição, os participantes não haviam concluído a ação e elaboravam documento para ser protocolado na Secretaria de Cultura.

O secretário João Rodrigues não foi encontrado para falar sobre o assunto, mas em rede social escreveu que houve “atraso de uma semana na divulgação pelo grande número de inscritos no cadastro, o que demandou um trabalho maior e mais bem cuidado de análise e seleção pela Comissão Cultural de Análise de Propostas”.

Ainda na publicação, ao ser questionado por internautas, o secretário disse que a previsão de pagamento é até o final de dezembro para os beneficiários de Espaços Culturais e para os Projetos Culturais o pagamento será em janeiro de 2021.

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