CULTURA

Radicado em Londres, pintor norte-mineiro realiza exposição em MOC

Adriana Queiroz
Publicado em 25/07/2023 às 19:00.
Um dos interesses do artista norte-mineiro é o discurso pós-colonial (Divulgação)

Um dos interesses do artista norte-mineiro é o discurso pós-colonial (Divulgação)

A exposição do artista norte-mineiro, Marcelo Petrone, “Heroínas do Norte de Minas” pode ser vista até a próxima quinta-feira (27) no Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), centro da cidade. Entrada gratuita. 

O artista, que expõe pela primeira vez em Montes Claros, nasceu em Brasília de Minas. Passou a infância na terra natal de seus familiares, em Taiobeiras. Atualmente, reside em Londres há 18 anos. Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade de Londres formou-se em arte abstrata e pintura de retratos pelo Centro de Estudos da Arte Mary Warde.

Para Karine Dias, historiadora do MRNM, as obras do artista levam o público de encontro às realidades do cotidiano do “ser mineiro”. 

“O passado e presente nos traços e cores marcantes de Petrone retrata bem as memórias afetivas pelo viés da arte. Uma exposição que é um convite para todos os norte-mineiros”, diz.

O interesse pela arte sempre foi presente na vida do artista. Em MOC, Petrone estudou na Companhia de Teatro do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândes (Celf), e teve como mestres a bailarina e professora, Eliana Delfino, e o professor de teatro, Ruy Tupinambá.

Petrone desenvolveu sua identidade artística ao participar de grupos de teatro e de dança em Montes Claros, bem como de saraus de poesia e de música, junto a um grupo de artistas norte-mineiros; incluindo a cantora Aline Mendonça Luz, o bailarino Igor Xavier, o poeta e pianista Alexander Nassau, o pianista Antônio de Lima Júnior, entre outros.

“O interesse pelo desenho sempre fez parte da prática criativa, mas meu convívio com o amigo Emerson Cardoso, artista, cantor e maquiador, que o estudo das cores e da estética histórica da moda e da arte se tornaram interesses de pesquisa”, revela.

Técnicas

Petrone se interessa pela influência da língua na cultura e pelos processos linguísticos que moldam a experiência humana, em particular, pelo estudo do discurso pós-colonial, da identidade de gênero e do hibridismo cultural. É nesses estudos e interesses que o artista encontra sua expressão.

“Na prática, utilizo óleo e acrílica, além de escrita e upcycling, ao refletir sobre a condição humana e sobre a inquietação de nossas identidades e de como as desempenhamos”, explica.

Para o artista, a pintura é um mecanismo que propõe ao espectador uma reflexão sobre nossa cultura. Seus estudos figurativos rejeitam a estética historicamente imposta e concentram-se nas abreviações das rotinas humanas, dispostas em telas, painéis de madeira ou papel, à espera de serem estudadas e analisadas.

Petrone conta que a prática artística fez com que ele olhasse mais de perto a inesperada mágica das rotinas humanas, e suscitou uma reflexão sobre as práticas humanas e sua diversidade e riqueza cultural. 

Tendo exposto em galerias em Copenhagen, Londres e Nova Iorque, ele diz que se realiza com pintura. “A pintura é o veículo primordial para a reflexão e realização do artista”, finaliza.

A exibição Heroínas do Norte de Minas e Heróis Caboclos Histórias Taiobeirenses segue até o dia 27 de julho no Museu Regional do Norte de Minas em Montes Claros.

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