Quatro décadas de inspiração: Manoelito Xavier, ex-integrante do Grupo Agreste, celebra trajetória

Adriana Queiroz
O NORTE
24/02/2021 às 00:12.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:15
 (Divulgação)

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Aos 70 anos, José Manoel Xavier Souto, o conhecido Manoelito Xavier, celebra 40 anos de carreira. O artista se sente um privilegiado, pois ainda está em plena produção e prepara o lançamento de um novo trabalho com músicas autorais e em parceria com Marcos Paracatu logo após a pandemia.

Nos anos 1970, o músico e sociólogo ajudou a fundar e fez parte do Grupo Agreste, formado por sete músicos, entre os quais, jornalistas, sociólogos, poetas e artista plástico. O grupo lançou seu primeiro disco em 1980, pelo selo Cristal, gravado no Estúdio Bandeirantes (SP), com produção de Téo Azevedo e logo a banda estourou no cenário nacional com músicas incluídas em trilha sonora de novelas.

“Penso que, com meu trabalho, ajudei a escrever a história cultural e artística de Montes Claros”, afirma Manoelito. Atualmente, ele compõe com grandes amigos e parceiros, como Efrahim Maia, Dimas Deptulski, Victor Batista, Marcos Paracatu, Felipe Bedetti, dentre outros, que fazem a sua música voar para outras paragens pelo Brasil.

“Tive a grande alegria de ver ‘Cantiga de Roda’ e ‘Quebra de Milho’ gravadas, respectivamente, por artistas da estirpe de Dércio Marques e Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho. Editei também, em 2008, em parceria com meu irmão Dinamérico, o livro ‘O bóia- fria’, todo escrito em versos, retratando a cultura e a riqueza do homem sertanejo, com suas lutas, sua sabedoria, crendices e nuances simples e enriquecedoras”, conta.

Durante a pandemia, Manoelito aproveita para escrever, ouvir música, cuidar de si e dos outros e também refletir e repensar bastante os valores e o papel de cada um diante da vida. “Acho que após essa pandemia nunca mais seremos os mesmos”, analisa.

Sobre a cena artística e cultural da cidade, ele crê que houve períodos melhores, mais férteis e produtivos, com grande efervescência cultural, não somente na música, mas também no teatro e outras manifestações.

“Acho que a geração que passou pela ditadura militar tinha uma visão social, política e cultural mais crítica e apurada da realidade do Brasil, produzindo obras mais consistentes, perenes e não efêmeras”, diz.
 
TECNOLOGIA
Quanto à tecnologia, Manoelito diz não ser muito adepto, o que não o impede de escrever e produzir até quando for possível. “A música é o melhor de todos os vícios, além de ser grandemente terapêutica. A respeito da nova tecnologia, nem tenho intimidade com ela (tenho muito gosto pelo mato e pelo simples). Tenho um canal no YouTube, mas tenho pouco material nele inscrito por ser muito recente. Pretendo postar mais algumas coisas minhas além de música, como poemas e escritos diversos produzidos desde quando morava em São Paulo”, diz.

Sobre como vê a Música Popular Brasileira nos dias de hoje, ele conta que a produção musical é muito inconsistente e passageira.

“Isso por conta dos meios de comunicação que dão muita ênfase a coisas sem qualidade. Vale destacar que isso não impede de surgir, como tem surgido, grandes artistas produzindo coisas maravilhosas e duradouras. Sou bastante otimista no que se refere ao povo brasileiro e sua criação artística”, diz.

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