‘Quando as artes se encontram, há festa, muita festa...’

E é isso que promete o escritor em evento de música e literatura em MOC

Adriana Queiroz
23/08/2019 às 07:37.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:07
 (DIVULGAÇÃO)

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O músico, poeta e escritor Jorge Azevedo é o convidado especial do mês de setembro em Montes Claros. Além de lançar dois títulos – “Asas amarelas de uma borboleta azul - Poemas” e “Memórias de um vaga-lume - Crônica” –, ele participa de uma noite intitulada “Sombras Coloridas”, que terá músicas, danças, exposição de arte e declamações. O evento está marcado para 28 de setembro, sábado, às 20h, no Bendito.
 
Como foi o convite para se apresentar em Montes Claros? 
O convite inicial partiu de Glória Guimarães. Ela assistiu algumas atividades minhas quando esteve em Recife e, como gosta de trabalhar com projetos, questionou comigo a possibilidade de apresentar alguns dos meus trabalhos no Norte de Minas.
 
Você nasceu na Bahia e mora em Recife. Como a memória das cidades aparece em sua poesia? 
Nasci na Bahia, mas a Bahia, por alguns impedimentos, não se fez meu berço e nem meu berço de formação foi Recife, tornei Recife meu porto. Posso dizer que minha formação se deu no Rio de Janeiro, onde residi por mais de 20 anos. Sou como uma ave de arribação, preciso de outros ares e viajei muito, morei em vários estados, em alguns países e nas minhas andanças aperfeiçoei minhas observações e retrato isto em minhas poesias. Está presente em meus romances. Em “Casa de Cômodos”, por exemplo, mostro a vida, em sua intimidade, de uma família que vai para o Rio de Janeiro, fugindo da seca, e não se deixa dominar pelos vícios e pecados da cidade grande baseada nos veios familiares. São descritos detalhes de oito estados, entre Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Em “Encruzilhadas de Caminhos”, mostro a vida vivida em alguns dos países que conheço bem, detalho pontos do turismo, da história, da gastronomia, da cultura, dentre eles Chile, Portugal, Espanha, França, Itália... Minha poesia se veste com as minhas observações, os amores, as misérias, as riquezas, as religiosidades.
 
A música interfere na sua poesia? De que forma? 
Música é poesia, poesia é música. Não há como abster uma da outra. No entanto, permito que sejam independentes. Tanto que, a maior parte de minhas composições musicais não se entrelaça com letras e a maioria dos meus poemas não se casa com minha música. Parece que sou dois seres independentes, sem estarem individualistas. A minha música é mais pessoal que minha poesia. A minha música é reflexo do meu momento introspectivo, a poesia não. Muitas vezes ela não me expõe, se torna mais roupas despidas pelos meus olhos. Minha poesia está mais para minha realidade que do meu lúdico. A música se inverte, consegue visualizar o meu eu dentro de mim.
 
Tem algum de seus livros que é muito especial para você?
Você acredita que escrever é catarse? Por vezes acho que é, porque escrever para mim é famélica necessidade e, nesse caminhar, minha estrada é revestida por muitos títulos. Gosto muito de alguns dos meus livros, mais que outros. Sou como o pai de muitos filhos, dentre eles há um que lhe deleita mais o coração, mesmo que pais procurem desmentir predileção. Todas as capas dos meus livros tenho o prazer de criar. Discuto com elas, converso, elas falam comigo, pedem detalhes, elimina cores, é uma gestação, um parto sem dor. “Memórias de uma Cristaleira” é um desses. Ainda hoje, depois de mais de 40 anos escrito, este conto ainda me faz perguntar a Deus o que fiz de tão bom para ele, agradecido, dar-me esta inspiração de presente. Tenho um carinho especial por “Estripulias poéticas”, meu livro de poemas. Quando vi a realidade de um sonho, não acreditei de imediato. Depois foi como abrir uma torneira, nesse caso, uma torneira literária, e hoje são mais de 40 títulos editados. Amo meus livros e é difícil dizer qual deles amo mais, além do último – tenho esse tique, sempre me apaixono pelo último livro. Agora é a vez de “Encruzilhadas de caminhos”.

Sombras Coloridas – músicas, danças, exposição de arte e declamações com Jorge AzevedoData: 28 de setembroLocal: BenditoInformações: (38) 98428-9079
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