No sábado, 15, o Cinema Comentado cineclube e o CineSesc apresentam A negação do Brasil (2000). Dirigido por Joel Zito Araújo, o documentário propõe uma minuciosa investigação e análise da participação e evolução do negro na telenovela brasileira no período 1963-1997. O filme contribui para o debate sobre o papel da mídia e a luta dos atores negros pelo reconhecimento.
A negação do Brasil tem uma estrutura narrativa didática, que funciona como uma importante ferramenta de discussão da questão do mercado para o ator negro e chama a atenção para as diversas formas de discriminação racial, incluindo as mais sutis e sorrateiras. Reflexões que vêm à tona juntamente com um panorama, que cobre 30 anos da teledramaturgia nacional, dos anos 1960 à década de 1990.
Já no domingo, dia 16, o CineSesc e o Cinema Comentado exibem Brava Gente Brasileira (2000), da diretora Lúcia Murat. O mito grego do Cavalo de Tróia vai ao Pantanal no ano de 1778. No lugar de gregos e troianos estão índios e colonizadores portugueses. No roteiro, escrito pela própria cineasta, um grupo de soldados acompanha Diogo, um astrônomo, naturalista e cartógrafo, “homem de cultura refinada”, para fazer um levantamento topográfico da região. A caminho do Forte Coimbra, os viajantes encontram um grupo de índias e as estupram. Envolvido no caso, Diogo impede que o brutal capitão Pedro mate a índia Ánote e a leva consigo para o forte.
As diferenças de cultura vieram à tona desde o início dos trabalhos.
- De cara, percebi a diferença de lógica - revela Lúcia Murat.
- Entre os ocidentais a lógica é do conquistador, que se vangloria de peito aberto. A indígena é da arapuca que eles armam para o inimigo, a parte da estratégia, que na lógica dos brancos é considerada traição.
PRÓXIMAS ATRAÇÕES
22/05 – Meu Brasil (2007), dir: Daniela Broitman.
23/05 – Quase Dois Irmãos (2004), dir: Lúcia Murat.
29/05 – Conterrâneos Velhos de Guerra (1991), dir: Vladimir Carvalho.
30/05 – Maré, nossa História de Amor (2007), dir: Lúcia Murat.
