Depois de Belo Horizonte e Diamantina, o engenheiro da Copasa e escritor lança seu novo livro, Poeta Plástico, em Montes Claros. O próximo lançamento será em sua cidade natal, Salinas/MG
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Poesia, por si só, já mexe com os sentidos. E, quando é aliada a outras linguagens o resultado pode ser surpreendente.
Assim é o livro Poeta Plástico (Orobó Edições, 2007), do escritor Aníbal Oliveira Freire, uma coletânea de poemas apresentados numa estética multiforme que enchem os olhos e alimentam a alma.
O autor de Montanhas e Àguas (Rona Editora, 2001) e filho do também poeta Darcy Freire diz que, na verdade, a relação entre a poesia e as artes plásticas é uma amizade colorida, um quase amor.
Em sua primeira publicação, Montanhas e Águas, essa amizade colorida já se revela de forma bem expressiva nos versos que são uma declaração de amor à natureza, ilustrados pelo inominável Inimá de Paula; as últimas ilustrações produzidas pelo também escritor – Inimá morreu logo depois, em 1999, aos 80 anos, depois de brigar por sete anos contra um câncer.
Aníbal Freire lança Poeta Plástico na noite desta segunda-feira, 03, no Taquaras (avenida Deputado Esteves Rodrigues, 567), em Montes Claros, com um recital onde conta um pouco sobre os momentos e situações que inspiraram alguns dos poemas do livro, como Vale do Peruaçu – o autor descreve a beleza natural da flora e fauna de uma das mais belas do país, localizada no município de Januária, no Noroeste de Minas - ; Caminho das Pedras e Janaúba –vivências em Itacambira e em Janaúba, cidades norte-mineiras -, que, brincando com as palavras em trocadilhos instigantes, desnuda a cultura de um povo e as riquezas naturais da região.
Aníbal Oliveira Freire nasceu em 1951, em Salinas, no Norte de Minas, e se enveredou na arte literária em 2001, com Montanhas e águas. Engenheiro sanitarista-ambiental da Copasa desde 1975, poeta, palestrante, monge Zen Budista, co-fundador dos Mosteiros Zen, Morro da Vargem, em Ibiraçu/ES e Picos dos Raios, em Ouro Preto/MG, em Poeta Plástico faz uma nova abordagem literária, mantendo um diálogo fluido com o meio ambiente que lhe serve de palco para exercer os ofícios de engenheiro e poeta.
- Sou um defensor da poesia, não aquela cheia de rimas e métricas, mas uma poesia que expressa a beleza do mundo criado pela imaginação do poeta. A poesia é o resultado do mundo bonito exteriorizado, que nem sempre é belo,apesar do que pensa muitos leitores, que o poeta vive em um mundo bonito – diz.
Aníbal viveu durante oito anos em um mosteiro e diz que o zen-budismo fez florescer o amor pela poesia.
- Apesar de a engenharia ser tão exata, minha natureza é aversa a convenções. Gosto de ser poeta porque me proporciona essa liberdade de expressão. E a poesia inspira a engenharia, já a engenharia com a poesia apenas rima – pondera.
A alma irrequieta do poeta continua ganhando abrigo na poesia e, mesmo não apreciando a maratona que é a promoção do livro, Aníbal diz que já já tem material suficiente para uma nova publicação, que deve acontecer em brave.
O lançamento de Poeta Plástico acontece no dia 3 de dezembro, às 19 horas, no Taquaras (avenida Deputado Esteves Rodrigues, 567).