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Dedicada a promover e difundir a cultura do vinho e de outras bebidas, a Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) – Seção Minas Gerais é uma entidade destinada à formação de profissionais conhecedores de vinhos, cervejas e cachaças.
Neste mês, a ABS promove, em Belo Horizonte, o curso Sommelier de Cachaça – 3ª turma, que pretende formar especialistas em cachaça, oferecendo um aprofundamento em análise sensorial, degustação e harmonização, com abordagem prática de diferentes tipos da bebida.
Em entrevista a O NORTE, o presidente da ABS Minas, Renato Costa, e a coordenadora do curso de Cachaça ABS Minas, Lorena Simão, dão detalhes.
Como funcionam as aulas práticas e teóricas do curso?
Renato Costa: São aulas teóricas semanais e, a cada encontro, se degusta no mínimo três tipos diferentes de cachaça. Uma visita técnica é feita, em parceria com cachaçarias mineiras, para que se conheça o processo de plantio, colheita, fermentação e destilação e demais etapas da produção.
Quais são os estados que produzem as melhores cachaças?
Renato Costa: Estamos em um momento em que nosso destilado, a cachaça, é produzida com qualidade em todas as regiões do Brasil. De Norte a Sul. Todos se especializando, buscando informações, recebendo prêmios em concursos nacionais e internacionais.
As mulheres têm se destacado quando o assunto é cachaça, não é?
Lorena Simão: As mulheres já reconhecem a qualidade e o potencial da cachaça. Participo de uma confraria de mulheres da cachaça, a Convida. São mulheres do Brasil inteiro, participando de encontros regionais, apreciando e promovendo a cachaça.
O que falta para criar essa cultura da cachaça no país?
Renato Costa: Levar cada vez mais informação ao consumidor. Apresentar a diversidade de sabores e experiências sensoriais que é possível ter com a cachaça. Precisamos desses espaços para que a informação chegue ao consumidor.
Como funciona a degustação?
Lorena Simão: A taça propicia uma avaliação mais completa, mas o copinho shot também tem o seu espaço. Após ser servida em uma taça, inicia-se a análise visual da cor, do brilho e da presença de lágrimas. No olfato, é importante encontrar notas frutadas e florais. Nas cachaças que foram armazenadas em madeiras, uma infinidade de aromas, que vão depender do tipo da madeira: baunilha, coco, frutas secas do carvalho, florais da amburana e os herbáceos do bálsamo, entre outras madeiras. Na boca, buscamos sensação aveludada, equilíbrio entre o álcool, o corpo e a acidez. Tudo tem que estar em harmonia!
Você já visitou diversos lugares e conhece muitas histórias de produtores?
Lorena Simão: Todas as cachaças têm história e isso é fascinante! Seja através de gerações, por projeto de vida, por paixão, cada produtor transfere sua essência para a cachaça que produz e isso se traduz na taça.