Parceria pela arte: Comédia A farsa do torcedor fanático reúne, no palco, os grupos de teatro Kutuca o Tatu e Grande Palco, para alegria do público

Jornal O Norte
21/09/2007 às 10:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:17

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Neste fim de semana, a magia do teatro volta aos palcos, em Montes Claros, com o espetáculo A farsa do fanático torcedor, apresentado pelos grupos Kutuca o Tatu e Grande Palco, numa parceria inédita.

Buscando driblar as dificuldades como falta de espaço para apresentações, a falta de interação entre atores e até a concorrência entre os grupos teatrais, os dois grupos se uniram para a montagem do espetáculo, que estreou na Mostra de Teatro de Montes Claros, que aconteceu no último mês de julho.




(foto: divulgação)

A farsa do fanático torcedor é uma comédia que conta a paixão de dois torcedores, um atleticano e outro cruzeirense, que, de 4 em 4 anos, se encontram para torcer pelo Brasil. Na peça, os dois torcedores convergem as recorrentes diferenças e desentendimentos criados pelo fanatismo pelos respectivos times em direção a Paulo Rossi, jogador da seleção italiana, tido como o carrasco do Brasil quando fez os três gols que eliminaram a seleção brasileira da copa do mundo da Espanha, em 1982.

O espetáculo é dirigido por Airton Trevisan, do grupo Kutuca o Tatu, e interpretado por Vítor Oliveira, Jhefferson Vianna e Patrícia Maia, do grupo Grande Palco.

PARCEIROS

Os dois grupos têm em comum o trabalho de iniciação teatral. De acordo com Airton, o Kutuca o Tatu desenvolve um trabalho na escola estadual Quita Pereira, no bairro Edgar Pereira, com participação de cerca de 40 alunos em oficinas e aulas de preparação e iniciação para atores.

Já o grupo Grande Palco foi formado na escola estadual Professor Plínio Ribeiro – Escola Normal.

- Durante muito tempo fomos conhecidos como o grupo dos alunos da Escola Normal, e isso nos deixava meio à margem dos outros grupos, porque parecia ser apenas uma experimentação, sem comprometimento ou intenção profissional. Então resolvemos estudar teatro e formar uma companhia com espetáculos dirigidos, cobrar ingressos nas apresentações, e agora estamos no mesmo patamar dos outros grupos da cidade. Mas entendemos que tudo isso só foi possível graças à oportunidade que tivemos na escola. Então decidimos devolver o que recebemos em forma de oficinas, e uma vez por semana damos aulas de iniciação teatral para os alunos da escola estadual Helena Prates, no bairro JK – diz Vitor.

Airton diz que o teatro em Montes Claros está evoluindo e que a oferta de cursos de formação superior, além de aumentar a criticidade do público, contribuiu para conscientização dos atores na busca pela qualificação técnica.

- Hoje, os atores buscam mais por oficinas e cursos de preparação e tentam se aprimorar a cada dia. Junto com isso vem a superação dos limites morais que muitas vezes impedem o ator de interpretar um determinado papel, fazer uma cena nu, por exemplo, e também, vencer as diferenças entre os grupos, que se unem para fortalecer a classe. Se antes havia muita rixa entre os grupos, hoje estamos fazendo peça juntos – argumenta Airton, 51 anos, 34 deles trabalhando como ator.

Vitor Oliveira, 19 anos, diz que o encontro com outro grupo é muito enriquecedor.

- Essa oportunidade de interação com outro grupo abre um novo universo estético, onde descobrimos novas formas no fazer, no criar. É uma troca muito enriquecedora - diz o ator, que também faz parte da direção do grupo Grande Palco.

O espetáculo A farsa do fanático torcedor está em cartaz no teatro do centro cultural Hermes de Paula. As sessões acontecem às 20h. No domingo, haverá uma sessão extra, às 18h. Os ingressos custam R$ 3,00.

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