Para curtir muito a visita

Montes Claros celebra Semana Nacional de Museus oferecendo boa programação

Manoel Freitas
14/05/2019 às 07:18.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:38
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Será aberta em Montes Claros amanhã a programação alusiva à 17ª Semana Nacional de Museus, com palestras, filmes e duas novas exposições. Iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus, Sociedade Brasileira de Museus e do Ministério da Cidadania, terá como tema “Museus como Núcleos Culturais: O Futuro das Tradições”.

Todas as atividades acontecerão no Museu Regional do Norte de Minas, em casarão erguido há 135 anos, no centro histórico da cidade. A unidade de Montes Claros integra o Sistema Estadual de Museus, presente em 86 municípios do Norte de Minas, e 12 dos quais são direcionados a vocações específicas, como o Museu da Cachaça, em Salinas.

O Museu Regional do Norte de Minas recebe diariamente cerca de 70 visitantes e, em épocas comemorativas, como Festa Nacional do Pequi e Festas de Agosto, uma média de 800 pessoas, segundo dados da diretoria. Completou 21 anos, com a criação, em abril, da Associação dos Museus do Norte de Minas, envolvido em três projetos para captar recursos, que preveem luminoteca, posto que a iluminação atual é precária; acessibilidade; e urbanização da área externa, usada apenas para apresentações teatrais ao ar livre, orçados em R$ 460 mil.

Duas novas exposições poderão ser visitadas ao longo do mês: “Acervo do Banco Itaú”, com gravuras, serigrafias, litografias e pinturas a óleo sobre telas de diversos artistas plásticos do Brasil e do exterior. Outra atração será a mostra “Sala Medicina da Mulher”, homenagem à médica Maria de Jesus Santos Rametta, primeira profissional da área de ginecologia atuante em Montes Claros. A curadoria é da historiadora Karine Dias.

Para falar sobre a importância dos museus, O NORTE ouviu ontem três jornalistas, pesquisadores e historiadores, Leonardo Álvares da Silva Campos; Raquel Mendonça, presidente do Conselho Histórico e Artístico de Montes Claros; e Dário Teixeira Cotrim, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. A escritora Raquel Mendonça lembrou que “na gestão do Doutor Antônio Teixeira de Carvalho, o Doutor Santos, de 1937 a 1942, ele pretendeu transformar em museu a primeira casa de Montes Claros, na atual Rua Dona Eva Bárbara Teixeira de Carvalho, nº 40, onde funcionou a sede da Fazenda dos Montes Claros, edificada pelo Alferes José Lopes de Carvalho e não pelo fundador da cidade, Antônio Gonçalves Figueira, em 1768”.

Explicou que o então prefeito pretendia reformar, “porque ainda não se falava em restauro, o imóvel no qual teria sido o primeiro museu de Montes Claros, mas não concretizou seu sonho porque não obteve apoio comunitário e muito menos político, já que na época não se respeitavam os museus, a preservação da história, da memória. Em 1975, no entanto, a primeira casa de Montes Claros, que seria nosso maior bem histórico, uma preciosidade, foi demolida”. Ela frisou que “os museus são extremamente importantes, tanto que será implantado agora o Museu da Imagem e do Som, Pró-Memória de Montes Claros, criado por lei de 1985, idealizada pelo historiador Hermes Augusto de Paula, ao lado do Instituto Histórico, no Sobradinho Wagner Gomes, na Rua Justino Câmara, 115, no entorno histórico nobre da cidade. O espaço, contou ainda, está sendo negociado – como foi o sobrado de Dulce Sarmento, sede do instituto – através de permuta com lotes públicos”.

Dário Cotrim lembrou que “o museu é onde guardamos toda a nossa história e, como as bibliotecas, são importantes para o desenvolvimento cultural de uma cidade, de modo que o povo precisa tanto do museu como da biblioteca para melhorar o conhecimento e preservar o passado”. Argumentou que “objetos que estão expostos nos museus trazem lembranças muito boas, porque quando você entra em um museu e vê uma peça que foi usada por sua avó, bisavó, sente um bem-estar muito grande na alma, razão pela qual devem ser cultuados, preservados. Daí a necessidade do apoio do poder público e de toda a sociedade”.

Segundo o também advogado Leonardo Campos, “se você não conhecer seu passado, não vai se preparar espiritualmente para se transformar em um ser humano melhor”. As pinturas rupestres, por exemplo, ponderou, nos mostram o quanto o homem da Pré-História usava as cavernas para expressar sua arte e para se comunicar”.

17ª Semana Nacional de MuseusAbertura: 15 de maio (quarta-feira)Museu Regional do Norte de MinasEndereço: Rua Coronel Celestino, 75 – CentroE-mail: museu.regionalnm@gmail.comTelefone: (38) 8429-6612Dias e horários de atendimento: terça a sexta-feira – 8 às 18 horasSábado: 8 às 12 horasDomingo: 8h30 às 12h30
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