Michelle Tondineli
Repórter
A programação do projeto Outubro Literário continua, no centro cultural Hermes de Paula e no centro de cultura popular Arte Ofício. O evento teve início no último sábado, 16, e vai até o dia 31. Mas, a principal atração é o autor do bestseller 1808, o jornalista e escritor Laurentino Gomes, que realiza noite de autógrafos hoje às 19h30, no centro cultural, na galeria de artes Godofredo Guedes.
Laurentino Gomes é a grande atração do Outubro Literário.
Laurentino lançou no mês de setembro o livro 1822, um relato detalhado sobre a Independência do Brasil. Composta de 22 capítulos intercalados por ilustrações de acontecimentos e personagens da época, a obra cobre um período de quatorze anos, entre a volta da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, em 1821, e a morte do imperador D. Pedro I, em 1834. Publicado pela editora Nova Fronteira no Brasil, o livro foi lançado simultaneamente em Portugal pela Porto Editora. Além da edição impressa, os leitores brasileiros terão acesso ao conteúdo da obra em diversos formatos multimídia, incluindo livro digital, audiolivro e site na internet.
Segundo o autor, o livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a integridade do seu território e se firmar como nação independente por uma notável combinação de sorte, acaso, improvisação e, também, de sabedoria de algumas lideranças incumbidas de conduzir os destinos do país naquele momento de grandes sonhos e perigos.
- O Brasil de hoje deve sua existência à capacidade de vencer obstáculos que pareciam insuperáveis em 1822. E isso, por si só, é uma enorme vitória. O grito do Ipiranga foi consequência direta da fuga da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808. Ao transformar o Brasil de forma profunda e acelerada nos treze anos seguintes, D. João tornou a separação inevitável - diz.
O livro 1822 é resultado de três anos de pesquisas, durante os quais o autor leu ou consultou cerca de 170 livros e outras obras de referências sobre o tema no Brasil e em Portugal. Também percorreu diversos locais dos acontecimentos ligados à Independência do Brasil ou à vida de D. Pedro I nesses dois países. Entre outros lugares, refez o caminho percorrido por D. Pedro do Rio de Janeiro a São Paulo na véspera do grito do Ipiranga, em 1822. Também esteve no Piauí, local da batalha do Jenipapo, travada no dia 13 de março de 1823 e na qual morreram cerca de 400 brasileiros lutando contra uma bem armada e treinada tropa portuguesa. Em Portugal, o autor visitou o Arquipélago dos Açores e as linhas de trincheiras do Cerco do Porto, episódio da guerra civil entre D. Pedro e seu irmão D. Miguel de 1832 a 1834.
Durante o trabalho de pesquisa, Laurentino teve a orientação do diplomata, ensaísta, historiador, poeta e acadêmico Alberto da Costa e Silva, um dos mais respeitados intelectuais brasileiros. Membro e ex-presidente da academia brasileira de Letras, Costa e Silva é considerado hoje o maior especialista brasileiro em África, autor das várias obras fundamentais para a compreensão da história do tráfico negreiro para a América. Entre novembro de 2009 e junho de 2010, período em que o autor escreveu o livro, o embaixador (como os amigos o chamam de forma carinhosa) leu e anotou cada um dos capítulos, ajudando a corrigir enfoques, datas, nomes e informações.
Outras informações (11) 3013-3794, (11) 9394-6988 ou (11) 9194-3254. www.laurentinogomes.com.br.
SOBRE O AUTOR
O escritor e jornalista Laurentino Gomes trabalhou como repórter e editor do jornal O Estado de S. Paulo e da revista Veja e foi diretor da editora Abril. É membro titular da academia paranaense de Letras e do instituto histórico e geográfico de São Paulo.
As principais obras do autor são 1822, Uma manhã na Biblioteca Mindlin, 1808, Homenagem a uma rainha morta, O legado de D. João VI, O Jardim Botânico e guerra mundial da biopirataria, Como a França ajudou a criar o Brasil.
Com 1808, Laurentino Gomes ganhou o prêmio Jabuti, d\a Câmara brasileira do livro, nas categorias melhor livro reportagem e livro do ano de não-ficção. Sua obra também foi eleita o melhor ensaio de 2008 pela academia brasileira de Letras e permaneceu três anos consecutivos na lista dos livros mais vendidos de Portugal e do Brasil.
Nascido em Maringá, o escritor formado em Jornalismo pela universidade federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela universidade de São Paulo.
Lançado com a tiragem inicial de 100 mil exemplares, muito acima dos padrões brasileiros, o livro 1822 já vai dobrar a impressão na sua primeira semana. Com todos os exemplares já vendidos diretamente para redes de livrarias, a editora Nova Fronteira decidiu nesta quarta-feira fazer mais 100 mil exemplares. A história é escrita pelos vencedores e, como a República foi um golpe, precisava desconstruir os símbolos anteriores, da monarquia, daí muitas visões caricatas da família real. Pedro I fez a independência; Pedro II, homem simples e honesto, era adorado pelas classes populares; e princesa Isabel fez a lei Áurea.
