OS TALENTOS DOS MONTES CLAROS

Jornal O Norte
Publicado em 11/02/2009 às 10:47.Atualizado em 15/11/2021 às 06:51.

Samuel Fagundes


Repórter



Marcelo de Paula é natural de Montes Claros e começou a tocar aos cinco anos de idade. Aos seis entrou no Conservatório Estadual Lorenzo Fernandez onde estudou vários instrumentos e teatro. Marcelo conta que desde cedo teve o incentivo dentro de casa para continuar a pensar a arte como profissão.



- Nunca tive qualquer corrente contrária a minha carreira artística, até mesmo porque na família Paula a expressão artística corre nas veias com uma pulsação harmônica. Soma-se isso ao espírito nômade que eu sempre tive, então creio que toco desde que nasci – afirma.






DIVERSIDADE



As influências de Marcelo de Paula, como ele mesmo define são diversas, são imagens que trazem sons, e que estão presentes até hoje.



A música surgiu na sua vida de diversas formas, pela própria veia artística da família, e tambem através dos momentos vividos com amigos e com o constante debate com as vozes em sua cabeça.



- A música veio através da pintura que minha avó produzia, do cheiro de madeira queimada do pirógrafo do meu avô, do piano que minhas tias tocavam, das festas que minha mãe produzia, dos blocos caricatos que meu pai participava e, colocava eu e meu irmão Coy para tocar na bateria. Do disco dos Beatles Yellow Submarine, que foi presente do pai, da música Tatto You dos Stones, dos discos do Queen que ouvíamos na casa de Tony e principalmente da minha estranha insatisfação de querer dar voz às vozes que sempre ouvia dentro da minha cabeça. Era, e continua sendo um converseiro tão grande, tantas melodias e músicas que só me tornando um artista para ter uma credencial all acess para colocar para fora o que eu ouvia por dentro. Não posso esquecer também, de todas as resenhas musicais que fizemos na casa de O’massu, um grande músico que arquitetou seus acordes, hoje de forma concreta e não mais abstrata – conta.






NOVO TRABALHO



· Em 2009 Marcelo de Paula pretende terminar o seu novo CD intitulado Sambacom, que tambem dar sequência no Mãos às Artes - projeto iniciado desde 2005 em Nova York e já apresentado em Montes Claros no ano passado. O músico quer também dar continuidade ao projeto CIM, que segundo estará em sua segunda edição em Montes Claros. E para finalizar, o bem humorado músico, diz que quer ganhar na mega sena para não se preocupar em pagar as contas básicas nunca na vida.



O próximo show de Marcelo de Paula será nesta quinta feira, dia 12. O músico está fazendo uma temporada de apresentações no restaurante Taquaras todas às quintas até o carnaval. O telefone de contato é 3084 3782.






PASSADO QUE INFLUENCIA



· Marcelo atualmente faz apresentações solo, mas nem sempre foi assim. O músico foi baixista da banda Virna Lisi que esteve na estrada por quase dez anos. Durante esse tempo, Marcelo e os demais integrantes da banda saíram de Montes Claros, para ir morar em Belo Horizonte. Fizeram sucesso na capital mineira, em São Paulo, Rio de Janeiro e depois em todo o país. Com a banda Virna Lisi, Marcelo tocou com Ozzy Osborne, Alice Cooper, Faith no More e outros grandes artistas de renome mundial que se apresentaram no Monster of Rock, que foi um dos maiores festivais de rock do mundo.



- Tocamos com todos os artistas do rock 80, fizemos história nos anos 1990 junto com artistas/amigos como Chico Science e sua Nação, Raimundos, Skank, Pato Fu, Jota Quest e tantos outros que não quero deixar de citar. Tivemos música da banda liderando top hits no Japão (em Tókio), fomos citados em revistas como Melody Maker e Roling Stones como referência da música brasileira de qualidade. Iniciamos de forma independente gravando ainda em vinil, depois semi independente e depois sendo contratados pela gravadora norte americana MCA. Passamos muito tempo na estrada e fizemos parte da produção de um cenário rock no país. Muito som e muito rock, boas lembranças e grandes amigos de quem ainda continuo sendo fã – lembra Marcelo.






WORLD MUSIC



Marcelo define seu atual estilo musical como World Music, toca MPB com atitude rock. Faz som e escreve poesia. Ele afirma que nunca foi músico e sim um artista que faz música do Norte para o mundo.



A inspiração segundo Marcelo vem das suas dificuldades,  ou seja, quanto mais complicado estiver o momento, mais criativo fica e por isso adora a instabilidade, pois segundo ele esta é extremamente energética e sendo assim revolucionária.



- Nunca gostei dos gazes nobres, estáveis e sem graça. Viva a entropia e a desordem organizada. Em minhas letras eu falo sobre o que acontece comigo, seja uma verdade, ou uma mentira, seja um desejo ou uma despedida. Falo sempre de alguém… alguém que depois não use o que eu disse contra mim. Por isso eu sempre falo de mim – diz.


 

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