Michelle Tondineli
Repórter
Depois de quase um ano, o grupo de teatro Oficinato volta aos palcos com o espetáculo A Mala Mágica. As apresentações acontecerão nos dias 28,29 e 30, com sessões às19h, 20h e 21h, no centro cultural Hermes de Paula.
Segundo o diretor Aldo Pereira, a história envolve uma família pobre, que, de repente, ganha na loteria e da noite para o dia torna-se milionária.
- Com tanto dinheiro à disposição e uma vida inteira de sonhos, eles são possuídos por uma euforia desastrosa. Ao invés de aplicar a fortuna e fazê-la duplicar, investiram em viagens ao redor do mundo, em festas, presentes, supérfluos e desperdícios, resultando em decadência total. O dinheiro acabou, os amigos sumiram e as contas chegaram. A empregada vira patroa e já não recebe ordens, tudo por conta do salário atrasado há mais de oito meses, sem contar o estresse que invadiu aquele ex- lar doce lar, causando conflitos entre marido, mulher, filhos e a sogra, que, na verdade, só aparece na história para salvar a pátria - diz.
Aldo ainda destaca outras cenas intrigantes, como a briga entre Geni e a ex-amiga Edna e a do vendedor insistente, que deixam o espetáculo num ritmo ainda mais alucinante.
- A Mala Mágica esteve em cartaz durante três anos com o primeiro elenco, e agora estamos com um novo elenco. Demora muito para adaptar os atores aos personagens. São oito personagens, Vitor, Geni, Juninho, Brenda, Das Dores, Edna, Zoraide e o vendedor, com 11 atores, alguns são curingas - afirma.
O elenco é composto por Ademar Reys, Ione Serafim, Camila Brito, Daniela Camargos, Wellington Coimbra, Juliana Santos, Gilcy Blear, Janaína Roghon, John Kennedy, Rodrigo Ribas e Ana Lúcia Sampaio. Segundo o ator Ademar Reis, o teatro quase não é visto em Montes Claros.
- Eu acho que, quando você está de fora do mundo do teatro, a visão é de que não existe teatro na cidade. Hoje, como estou mais próximo, conheço pessoas do teatro, de outros grupos e falo muito mais sobre teatro do que antes. Eu já participei de um curso de teatro em Brasília DF e, quando eu vim morar em Moc, uma namorada me apresentou o teatro. Meu primeiro papel foi o Firmino em A Rifa da Égua Morta - diz.
Em A Mala Mágica, Ademar interpreta Vitor, personagem completamente diferente de seu jeito.
- O Vitor é extremamente estressado, é arrogante, bruto, e tudo isso acontece pelo vício que consome o homem, que é o jogo. O Vitor ganhou e se viu perdendo aquele material, e o estresse foi consumindo ele. De forma alguma eu me identifico com ele, eu sou palhaço e criança - diz.
O ator John Kennedy dá vida ao vendedor eufórico. Ele diz que o gosto pelo teatro vem desde seu tempo de criança.
- Fantasiava os personagens em minha mente e brincava de interpretá-los com meus amigos. Cresci com esse desejo de ser ator e, graças a Aldo Pereira, estou realizando meu sonho. Fazer teatro nos dá a sensação de liberdade, de podermos representar as diversas caras que temos dentro de nós. É gratificante ver o público rir, chorar e emocionar-se com as nossas apresentações - afirma.
Os ingressos para o espetáculo custam R$ 6 antecipado e R$ 12 na portaria, e estão sendo vendidos na distribuidora Thais, à Rua Simeão Ribeiro, 40-A Centro, Quarteirão do Povo, telefone 3221-3909, ou pelos integrantes do grupo. Informações: (38) 8805-2415.