Adriana Queiroz
Repórter
A montes-clarense Pollyana Ferves, 23 anos, é, sem dúvida, uma das mais talentosas instrumentistas de Montes Claros. E foi aos seis anos, motivada pelo pai, seu José Autélio, que tocava violão, teclado e bateria, que tomou gosto pela música.
Divulagação
Pollyana também toca teclado, flauta doce, violão, bateria e piano. Formou-se em Artes/Música pela Unimontes e sonha em coordenar um ministério de louvor, só com orquestra. Para ela o conservatório estadual de música Lorenzo Fernandez foi um salto em sua formação.
- Eu sou filha do conservatório. Devo muito aos professores. O Celf abriu as portas para que eu pudesse me especializar. Participei de festivais de Orquestras na cidade de Piracicaba-SP e em Ouro Branco-MG - conta.
A dedicação a esse instrumento clássico faz os olhos de Pollyana brilhar. Com tranquilidade e sorriso aberto ela diz que tem estilo próprio e que não foi difícil integrar-se ao meio artístico e musical da cidade, marcando presença também em concertos e acompanhando músicos conhecidos.
- Me surpreendi com o Marcos Paracatu. Quando me convidou para tocar com ele, fiquei encantada, uma pessoa simples, mas uma referência, tanto como violonista, como profissional.
Pollyana também participou do recital no Celf quando apresentou sua monografia ao lado de nomes como Manoel Tiago (violino) e Paula Mariano (piano) sob o olhar de Maria Lúcia Avelar, regente da Orquestra Sinfônica de Montes Claros.
Para a instrumentista, apesar da falta de apoio do poder público, os músicos têm buscado especializar.
- Falta apoio do ministério da Cultura e apoio local. Não tem mais o projeto Janelas da Matriz, nem consertos, nem teatro. Sinto falta disso aqui em nossa cidade - lamenta.
Pollyana diz que suas pesquisas incluem a Bíblia.
- Sem as verdades contidas nela não somos nada.
A artista também pesquisou Arthur Schopenhauer, um filósofo alemão do século XIX, cujo pensamento é caracterizado por não se encaixar em nenhum dos grandes sistemas de sua época. Sua obra principal é O mundo como vontade e representação (1819), embora seu livro Parerga e Paralipomena (1851) seja o mais conhecido.
- Ele coloca o seguinte: que a música pode chegar ao mais íntimo do ser humano e que nenhuma outra pode fazer o mesmo. O que me chama atenção na frase é a riqueza que é a música. E que nós, como músicos, temos o privilégio de tocar no sentimento das pessoas, através do som. A música fala por si só - declara.
Por trás da artista
Ao lado do violinista esteve sempre presente sua mãe, dona Raimunda Nonato Ferreira, e também o irmão mais velho, Paulo Henrique, que se formou em teclado, mas que atualmente faz o mestrado em Biologia e dá aulas particulares.
- Nós podemos fazer mais, continuar tentando ser mais sensíveis com os outros. Sou de uma geração que tinha o Celf como prioridade, como algo valioso. A gente estudava pelo prazer de estudar. Muita gente pensa que lá é lazer ou um hobby. Mas a verdade é que você sai de lá como professor de música. Para isso é preciso dedicação. Agradeço a Deus pelo privilégio de fazer da minha profissão uma forma de servi-lo - conclui.
Para a música, Pollyana diz que é preciso tempo, dedicação, paciência, força de vontade.
- Às vezes as pessoas não entendem que você estuda oito ou dez anos. A música exige isso de você. Não se torna músico da noite para o dia assim como você não se torna médico da noite para o dia - avalia
Em seu repertório Pollyana diz que não pode faltar Tu és Fiel, Espera em Deus, de Paulo César Baruk, o grupo Coisas de amigo, João Alexandre, Tom Jobim, Milton Nascimento, samba e bossa nova.
