Por Adriana Quieroz
![]() |
‘O Verbo’ foi criado em novembro de 2013. O cabeleireiro Wagner Cardoso, do salão WBlack, compôs uma música e convidou Marcos Antônio, auxiliar de almoxarife, o Marcão, para participar do grupo. Os jovens músicos são referência para muitos outros jovens dentro do rap.
- Além do Marcão, fiz um convite para o vendedor Luís Thiago, o Luthi, dizendo a ele que estávamos a caminho de um estúdio para gravar. Ele não entendeu que era para participar do projeto. Chegando lá, gravamos uma música, que a princípio ficou sem nome. Foi aí que o Luthi me perguntou qual o nome que daríamos a canção e eu disse logo: ‘O Verbo’. Tempos depois resolvemos dar o grupo como o mesmo nome - diz Wagner Black.
Wagner Cardoso é conhecido no meio artístico como Wagner Black, e nasceu em Ubaí- MG. Os outros rapazes são de Montes Claros e, juntos, evangelizam pela cidade a fora através do rap.
- É muito gratificante. Estamos em contato direto com a comunidade em geral. Infelizmente ainda existe preconceito por parte de muitas pessoas, que acham que Deus é limitado. Consideram que Ele não tem poder para realizar prodígios através de quem canta rap. Às vezes entramos em lugares que certos líderes espirituais têm até medo de mencionar o nome. Mas Deus usa o rap, o funk, o pagode, enfim, todos os ritmos para o louvor Dele. E nossa inspiração vem do Espírito Santo - explica.
Nestes três anos de carreira, o grupo lançou um CD autoral com 12 faixas intitulado ‘Além da Batida’. E as influências são dos MCs nacionais, como Pregador Luo, DJ Alpiste, Ao Cubo, Provérbio X, além de referências estrangeiras.
Para 2017, o objetivo do grupo é fazer um evento para o lançamento do CD ‘A Batida’ e, em seguida, gravar as novas faixas para o próximo CD.
- Mandamos confeccionar 100 unidades de camisetas com a marca ‘O Verbo’. Nosso sonho é ter um veículo, uma Kombi, por exemplo, para montarmos uma estrutura e levar o nosso som para todas as ‘quebradas’ da cidade e também fora - planeja.
Sob a relação que têm com as bandas seculares, eles dizem que a amizade é saudável e o respeito e o amor pelas pessoas são a base para uma boa convivência.
- Como eu disse, toda a inspiração veio da primeira música que fiz, e em um dos trechos cito João I que diz “no princípio era o verbo e o verbo era Deus”. João foi o evangelista do amor. Além da coragem, lealdade, percepção espiritual, havia muito amor e humanidade na vida desse apóstolo. O amor é o assunto central de suas epístolas. Essa é a tônica do grupo também – explica.
Música para todos
Nos últimos meses, o grupo tem trabalhado bastante e atraído gente de todas as idades para ouvir sua música. Idosos, adultos, jovens e crianças se ajuntam quando a turma começa a cantar.
- É uma responsabilidade muito grande, pois sabemos que somos referências para muitas pessoas. O tempo todo somos cobrados a dar bons exemplos em todas as áreas de nossas vidas - ressalta.
Com relação à mídia, ao contrário da maioria de dentro da cultura hip hop, o grupo acredita que é necessário abrir as mentes.
- A mídia serve de grande aliada para expressarmos nossas ideias. Foi-se o tempo em que vivíamos fechados no nosso “mundinho”. Hoje, tudo se tornou mais fácil através das redes sociais, e de forma geral - avalia.
O grupo participa também de ações sociais, visitas em presídios, casas de reabilitação, comunidades carentes e praças públicas.