O show não pode parar: artistas disputam 'recorde de público' em transmissões pela internet

Transmissões pela internet têm sido escape cultural em tempos de reclusão

Bernardo Almeida Luciano Dias
Hoje em Dia - Belo Horizonte
09/04/2020 às 01:36.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:14
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 Em tempos de isolamento social, a sala de casa pode ser transformada em camarote de um grande show. Os artistas têm apostado em lives nas redes sociais e, em vez de bilheteria, a disputa de prestígio tem se dado pelo número de visualizações e interações na internet.

O primeiro cantor a explodir no formato on-line foi Gusttavo Lima, que, em cinco horas, alcançou cerca de 12 milhões de pessoas com o show “Buteco em Casa”, realizado no dia 28 de março.

No último sábado, a live da dupla Jorge & Mateus somou 25 milhões de visualizações, 3,1 milhões de acessos simultâneos. O show foi realizado na garagem de uma casa para arrecadar alimentos, frascos de álcool em gel e financiar cursos para profissionais da saúde.

O formato on-line deu certo e será adotado por diversos artistas brasileiros, com shows agendados ao longo de abril também para Péricles (ex-Exaltasamba), Felipe Araújo e Wesley Safadão. Até o grupo Raça Negra atiçou os fãs ao publicar no Twitter a possibilidade de uma live. “Será que vocês segurariam a barra de uma live do Raça Negra tocando só sucessos?”.
 
PARA QUEM CURTE ORQUESTRA 
Até mesmo a música clássica defende seu espaço no mundo virtual. A Orquestra Sesiminas Musicoop realiza a live semanal “Dando Corda”, que será comandada toda quarta-feira pelo maestro e diretor artístico da Orquestra, Felipe Magalhães, com entrevistados da cena erudita e conteúdos sobre o universo da música de concerto.

A primeira live aconteceu ontem, às 21h30, no instagram @orquestrasesiminasmusicoop, com o ex-maestro da OSM, Marco Antônio Maia Drummond. 

A programação virtual foi criada com a intenção de substituir, no mesmo dia da semana e horário, a série de concertos “Sempre às Quartas”, suspensa temporariamente em função da pandemia. 

“O mundo da sala de concerto ainda é muito distante do público. Muitas pessoas, ao assistirem a uma apresentação, muitas vezes, se sentem constrangidas por não conhecerem alguns rituais próprios do concerto. São comuns perguntas como ‘a que horas devo aplaudir?’, ‘qual o papel do maestro?’. A ideia da live é exatamente aproximar as pessoas da música feita por uma orquestra de cordas”, aponta Magalhães.

No final de março, a orquestra passou a divulgar nas redes uma gravação de seus integrantes tocando “Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu.

Cada músico gravou sua parte, pelo celular, sem sair de casa. Os vídeos foram editados e juntados em uma só tela. O show não pode parar.

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