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Sexta-Feira,29 de Novembro

O sapateado que revive os ancestrais

Jornal O Norte
19/08/2008 às 15:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:41

Samuel Fagundes


Repórter

O grupo Lundum foi criado há sete anos com intuito de resgatar e divulgar a cultura das Folias de Reis, utilizando-se da música e da dança do sertanejo com a alegria do movimento do corpo. O grupo é composto por dez integrantes, sendo sete adultos e três crianças.

Durval Santos, um dos idealizadores do grupo, conta que todos tocam e sapateiam e que a proposta deles é criar rodas de lundum por onde passam e diz que não é só o grupo que dança, o publico também é convidado a participar.

- É como nas rodas de capoeira, que as pessoas tocam e dançam e chama outras. O Lundum está aberto para todo mundo, cada um mostra os seu jeito de movimentar o corpo e de se expressar - afirma Durval.

O grupo Lundum é remanescente das Folias de Reis e de outros grupos. Fazem um sapateado caipira, prestando homenagem a Zé Coco do Riachão e Godofredo Guedes.

INSTUMENTOS

Falando sobre a dança, Durval explica que a roda de Lundum é realizada com instrumentos típicos da folia como viola caipira, rabeca, cavaquinho, caixa de folia e pandeiro, tendo o ritmo completado com a integração entre a batida dos pés e das mãos de forma ordenada e com a participação de todos os presentes.

A tradição da dança está no sangue dos integrantes do grupo, que segundo Durval vêm sendo repassada há muitas gerações e que começaram a dançar com intenção de resgatar a dança Lundum que os montes-clarenses, principalmente os mais jovens desconheciam,

- Queremos fazer um resgate da dança Lundum, para não deixar que a essência dessa dança que foi trazida dos nossos pais e avôs, e para que toda essa cultura mineira de Montes Claros e região, não se perca no esquecimento - conta Durval Santos.

O grupo Lundum participa de eventos, feiras, festas religiosas e em escolas já há sete anos e a três anos participa das Festas de Agosto.

SAIBA MAIS SOBRE A DANÇA LUNDUM

O Lundum é uma dança criada a partir dos batuques dos escravos trazidos ao Brasil de Angola e de ritmos portugueses. Ganhou força e se desenvolveu nas rodas das grandes senzalas da época do império. Uma dança típica dos escravos que se ramificou até chegar à região sertaneja do país sendo absorvida pelas Folias de Reis.

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