Michelle Tondineli


Repórter

O dia 19 de setembro é dedicado ao teatro. Mas, em Montes Claros, a data parece ser um pouco esquecida. Não existe nenhuma movimentação ou peça teatral a ser apresentada. Do ponto de vista histórico e com os elementos conhecidos na atualidade, pode-se dizer que o teatro nasceu na Antiga Grécia, embora pesquisas recentes venham demonstrar que, muito antes, os egípcios, os indianos e os chineses já o praticavam.

O teatro originou-se basicamente de três festividades, dos mistérios de Delos, da louvação às divindades Quintelanas - Elêusis, Demótes e Proserpina e do culto a Dionísio. Sabe-se que, uma vez por ano prestava-se homenagem ao deus Dionísio; deus da uva e do vinho, da embriaguez e da fertilidade. Geralmente, nesses cultos sacrificava-se um animal, mais precisamente um bode, que, por sua vez, significa tragos em grego, de onde surge etimologicamente a palavra tragédia.

- O teatro é uma grandiosa arte milenar. Os primeiros atores a encenar peças foram os gregos, os atores gregos homens. Eles montavam espetáculos com cenários, figurinos e utilizavam máscaras para fazer os papéis femininos. E foi assim que nasceram todas as outras formas do teatro que conhecemos hoje e que tanto gostamos, como o teatro de fantoches, de bonecos, de rua, os musicais e as óperas que contam lindas estórias - afirma o admirador de teatro Jayme Souza.

Para Jayme, os espetáculos deveriam ser mais valorizados na cidade.

- É muito difícil o espaço para teatro em Montes Claros. Acho que nem o público e nem os próprios grupos de teatro se respeitam. Os grupos mais velhos acham que são os melhores, e quem está começando agora é cheio de energia e empolgação. Mas, o sofrimento para patrocínio, cenário e texto é sempre o mesmo. O dia do teatro está chegando e não vi nenhuma comemoração por parte dos artistas nem do setor público. Acho que é aí que tem uma falha - diz.

Carolina Oliveira pretende fazer cursos de teatro, mas acha que falta valorização em Montes Claros até mesmo por parte dos próprios grupos.

- Eu pratico teatro na escola e nunca pensei em entrar para algum grupo na cidade, justamente porque não é valorizado. Quero poder fazer teatro fora, estudar as artes, fazer teatro com prazer, e não ficar sofrendo, porque as pessoas não valorizam. Acho que a rivalidade entre os grupos também não deve acontecer, os grupos devem se unir. Acho que existe uma associação para isso. Essa desvalorização do profissional acontece em todas as áreas, com exceção de Medicina e Direito. Muitos enxergam o teatro como uma brincadeira, um hobby, algo para se divertir. É claro que existe a diversão, e principalmente quando é uma comédia, deve-se ter diversão, o que não pode é achar que vai render milhões em dinheiro, que não é verdade, a não ser que seja um ator da rede Globo - finaliza.