Michelle Tondineli
Repórter
Agosto é considerado o Mês Mundial do Folclore. Em Minas Gerais, a cultura popular com sua rica mistura de rituais, danças e brincadeiras, abre as portas para o fortalecimento das tradições do estado. Cantigas de roda, modas de viola e causos são discutidos em parques e praças.
Em Montes Claros, o museu do Folclore, que funciona no Bairro São José, é o centro de tradições mineiras do Norte de Minas e recebe mais visitantes nos meses de agosto e setembro. Fundado em 1993, é também a segunda casa do grupo Banzé, que usa parte do espaço para ensaios, e dos estudiosos do folclore da região.
De acordo com o coordenador do museu, professor José Batista da Silva, o projeto é fruto de uma parceria entre a Unimontes e o Banzé.
FOTO MICHELLE TONDINELI
Na parte sacra está exposta a roupa do bispo.
- A casa é da Unimontes e o acervo é do Banzé. Aqui, inicialmente, era pra abrigar as coisas do Banzé que Zezé não tinha onde por. Em parceria com a Unimontes, nós conseguimos a casa e os funcionários; os materiais são do Banzé. Eu costumo dizer que somos um centro de cultura, porque temos de tudo aqui. Ele não é específico, é voltado para as tradições mineiras. Se procurar livro de autores sobre o folclore nós temos, mas também temos uma literatura diversificada, pintura, dança, artesanato e outros - afirma.
Nos próximos meses, segundo o coordenador, a pretensão é reinaugurar o teatro com 100 lugares.
- É com muito carinho, com o espetáculo O bem amado, que iremos reinaugurar o nosso teatro. O museu também tem uma casa sacra, de casa de umbanda, casa do tropeiro, sala das Festas de Agosto e outros. Agosto e setembro é o período em que a procura do museu aumenta. A Unimontes trabalha dentro do campus e às vezes fica difícil ter funcionamento do museu durante a noite, já que precisamos de vigia - afirma.
O museu funciona das 8h às 11h e das 14h às 16h, de segunda a sexta-feira. A entrada é gratuita, mas é preciso reservar o horário. São recebidas até 70 pessoas por turno.
A variação de idades do público é grande no museu. São recebidos principalmente alunos, de crianças do maternal até os mestrandos e doutorandos.
- O tempo de visita é determinado pela criança e pela curiosidade. Cada fase tem uma variação de perguntas. As crianças querem ter liberdade de pegar nas coisas e de experimentar. Estão em busca do conhecimento. Os adolescentes já chegam aqui só para confirmar o que temos. O primeiro grau quer saber das coisas e as crianças de maternal querem pegar nas coisas - afirma.
Outras informações (38) 3229-8595.
MUSEU VAI CATALOGAR PEÇAS
José Batista afirma que são necessários cuidados para preservar e legalizar o patrimônio do museu, em sua maioria fruto de doação.
- Zezé Colares sempre disse que enquanto ela estiver viva o museu funcionará. A maioria do nosso acervo é da coleção e de presentes do Banzé. É interessante que não são só coisas do Nordeste, temos peças de todas as regiões. É claro que tem muita gente que doa para nós materiais antigos e nós procuramos legalizar com um contrato, número de registro e registro em cartório, para que, depois, um familiar não queira vir e retirar do museu aquela doação, se não vamos perder as nossas preciosidades, ressalta.
Segundo o coordenador, entre os planos para o próximo ano estão a catalogação das peças do museu e a criação do site da entidade. Além disso, ainda em agosto e setembro deste ano, o museu vai ministrar aulas de artesanato e criar a videoteca.
- As cinco mil peças são variadas do pequeno até o grande. E como os meses de agosto e de setembro são os que dão movimento ao centro de cultura, procuramos realizar outras atividades durante o ano, como os bonecos nas escolas, e, uma novidade, vamos oferecer cursos para professores de como fazer artesanato com garrafa pet. Além da nova invenção, juntamente com o teatro, da videoteca com espaço para assistir os filmes - finaliza. (M.T.)
