Vivenças no palco do Centro Cultural Hermes de Paula
A XVI Mostra de Teatro de Montes Claros, promovida por diversos grupos teatrais, com o apoio da Prefeitura, através da secretaria municipal de Esporte, Juventude e Cultura, prossegue até o dia 31 de julho, domingo, no Centro Cultural Hermes de Paula. O objetivo da mostra é trazer para a população diversos espetáculos que abordam o universo circense, humorístico e literário, além de uma releitura da cultura norte-mineira, difundindo o teatro entre a população.
Nesta sexta-feira (29), o público assiste ao espetáculo ‘Vivenças’, que estreou em 2013, como montagem de conclusão de curso dos alunos do Curso de Teatro (Licenciatura) da Unimontes, passando posteriormente a ser do repertório da Cia de Cá, grupo formado pelos integrantes do elenco e direção. A peça ficou em cartaz numa curta temporada, em outubro de 2014 no Centro Cultural de Bocaiuva também em 2014 e da Mostra de Teatro, em Montes Claros, em julho de 2015.
SOBRE O ESPETÁCULO
A dramaturgia do espetáculo foi construída a partir de histórias de vida, colhidas em pesquisa realizada junto aos moradores idosos da comunidade rural Morro Alto, de Bocaiúva – MG.
As histórias, somadas às memórias da infância no campo, da autora Nelcira Durães, deram origem ao texto e posteriormente ao espetáculo, conduzido pela memória de dois narradores, que revezam entre narrador e personagem. O texto mantém a linguagem colonial, na intenção de registrar a oralidade do povo sertanejo.
A encenação contém representações que dão significado ao cotidiano de homens e mulheres do sertão: os ritos, os festejos, as histórias, o amor, a amizade. O espetáculo tece com o fio da memória a vida na roça com singularidades, desde o vocabulário aos modos de vida. Composto de momentos de trabalho, de momentos folgança e de momentos sagrados.
A proposta remonta as raízes populares do sertão brasileiro, onde apresenta das brincadeiras da infância, a questão de seca que assola a região, até a opressão da mulher rural, numa leitura cênica poética, com uso de objetos simbólicos, entremeada por músicas de domínio público da região.
A visualidade do espetáculo (cenografia, figurinos e objetos cênicos) foi construída dentro da perspectiva da proposta, que liga presente/passado, homem/terra. O cenário é composto por tramas de tecidos de algodão cru, onde são amarrados objetos, que puxam o “fio da memória”: asas de anjo, chapéus, terços, véu de noiva, chicote, etc.
A montagem envolve 04 atores, 02 músicos, 01 diretora, 01 técnico de luz e som, 01 produtor. A trilha sonora é feita ao vivo, com 01 violonista, 01 percussionista e os atores, Composta por músicas do cancioneiro popular regional, desde brincadeiras cantadas a cantos de Folia de Reis do Norte de Minas.
As peças são apresentadas ao público a preços populares ou de forma gratuita.