Michelle Tondineli
Repórter
O mosaico é feito de peças recortadas, que, coladas próximas umas das outras, produzem um determinado efeito visual, como um desenho ou imagem. Estas peças podem ser feitas de diversos materiais, embora o mais comum seja a pastilha de vidro, que é bastante fácil de manusear, podendo ser usada inteira ou em pedaços. Também são utilizadas pastilhas de porcelana e de resina, azulejos, gemas de vidro, apliques de cerâmicas e pedras em geral.
Na segunda-feira, 08, em comemoração ao dia Internacional da Mulher, o centro cultural abriu a agenda da galeria de artes Godofredo Guedes com a exposição Olhar Feminino II, que reuniu vinte e três artistas plásticas da cidade.
Trabalho exposto por Terezinha no Centro Cultural.
De acordo com a artista de vitrais Terezinha Colares, a exposição deve proporcionar reconhecimento, boas vendas e encomendas.
- O mosaico é uma arte que veio desde antes de Cristo, é uma coisa perene, um trabalho que você faz e fica, fica marcado. Em Veneza, Jerusalém e Barcelona existe mosaico bizantino maravilhoso - afirma.
Terezinha diz que descobriu seu dom há oito anos, após o falecimento de sua mãe, em Poços de Caldas.
- Eu estava muito depressiva e entrei em uma galeria, pensando que não queria ficar sem fazer nada. Eu tinha que fazer alguma coisa. Tomei conta de mãe muito tempo e estava solta. Na galeria tinha uma exposição de mosaico, achei linda. Tinha uma moça e conversei com ela, perguntei sobre os trabalhos e ela me revelou ser a autora, aceitando me dar aula da técnica - diz.
Terezinha Colares: a arte vem de família.
Para Terezinha, a técnica do mosaico não é muito fácil e precisa ter tempo e paciência.
- Eu já dei aula, sempre tenho uma aluna de cada vez. Mas nenhuma delas continuou fixa com os trabalhos. A criatividade depende do censo artístico e do dom. A minha família sempre esteve no meio artístico e nós gostamos de arte. Quem gosta procura - afirma.
A artista diz ainda que sempre é necessário estudar e inovar as técnicas.
- Eu uso a técnica direta, indireta, técnica com vidro e outras. O material não é fácil de ser achado, então eu já comprei estoques grandes em Campinas. Tenho muito material aí, que daria para trabalhar por uns dois anos ainda se eu vendesse muito. Aqui na cidade existem pessoas que fazem o trabalho com a técnica parecida, mas não existe aquela constante de vendas - finaliza.
Outras informações (38) 3229-3456.
ARTISTA DIZ QUE SE LIVROU DE DEPRESSÃO FAZENDO MOSAICOS
A palavra mosaico tem origem na palavra grega mouseîn, a mesma que deu origem à palavra música, que significa próprio das musas. É uma forma de arte decorativa milenar, que nos remete à época greco-romana, quando teve seu apogeu. Na sua elaboração foram utilizados diversos tipos de materiais e teve diferentes aplicações através dos tempos.
Para a artista Terezinha Colares, o trabalho com Mosaico deve ser feito por etapas.
- O tempo em que cada trabalho ficará pronto pode variar muito. Posso fazer um Supla simples por dia, já com o rejunte. Tem que deixar secar e limpar. Posso demorar um dia ou posso demorar uma semana, dependendo, é claro, do tamanho da peça. O clima da cidade ajuda muito. Eu não faço os trabalhos o dia inteiro. Aprendi que devemos fazer por duas horas e parar, porque cansa bastante as vistas - afirma.
Terezinha utiliza pastilhas coloridas ou vidro em que ela possa pintar, cola de madeira, pincel, pinça, régua e turquez.
- Muitas vezes, é necessário cortar as pastilhas e adapta-las ao tamanho que será utilizado. Num trabalho como uma mesa para ficar exposta ao ar livre, deve ser utilizado outro material. A cola, por exemplo, já é o cimento – diz.
Segundo a artista, em Montes Claros é difícil viver de arte, pois as pessoas apreciam o trabalho, mas não valorizam.
- Uma bandeja de mosaico fica na faixa de R$150. Se for algo menor é R$ 80. O material é bem resistente e é para a vida toda. Acredito que, para melhorar as vendas, é necessário ter mais exposições e oportunidades. É difícil montar uma exposição, você gasta mais do que pode e deve produzir por volta de 60 peças. Uma noite de exposição, por exemplo, não compensa. O ideal é de uma semana a duas - afirma.
Terezinha diz que, como o mosaico a tirou de uma depressão, o trabalho é como um hobby.
- Gosto de trabalhar mais para presentear e para o uso de minha casa do que para venda. Vender é ótimo, mas ter os dois juntos também é bom. O trabalho é especial, é um hobby, uma terapia. O trabalho com as mãos é excelente, tenho necessidade de mexer com as mãos. Quando estou trabalhando eu me esqueço do mundo - finalizou.