Entrevista com Felicidade Patrocínio

Montes-clarense lançou “A Arte do Encontro” durante o Flam

Adriana Queiroz
09/04/2022 às 10:46.
Atualizado em 09/04/2022 às 10:47
Felicidade Patrocínio (silvana mameluque/divulgação)

Felicidade Patrocínio (silvana mameluque/divulgação)

A arte é um recurso de sobrevivência existencial para Felicidade Patrocínio. “Necessidade de beleza, necessidade de expressão, de comunicação. É a porta aberta para a minha paz e realização”, conta a escritora que lançou, na última terça-feira, o livro “A Arte do Encontro”, durante o Festival Literário do Autor Montes-Clarense (Flam), no Centro Cultural Hermes de Paula (CCHP).

“Já tínhamos feito um prévio lançamento virtual, com depoimentos da escritora Glorinha Mameluque, do escritor Petrônio Braz e do poeta Aroldo Pereira. No Centro Cultural, aos meus olhos, foi uma festa. Muitos escritores, acadêmicos, leitores e as diretorias das duas Academias de Letras, do Instituto Histórico presentes e outras instituições culturais representadas. Também a presença de muitos amigos e familiares”, celebra. 

Confira nosso bate-papo com a artista.
 
Que trabalhos você tem desenvolvido nos últimos tempos e quais são os seus principais interesses? Tem alguma obra que sonha realizar?
Tenho contemplado mais o espaço público e trabalhado muito por encomendas. Modelei e esmaltei numerosas placas de cerâmica para uma Feira Literária de Visconde de Mauá (RJ) com frases literárias de autores diferentes. Ficaram lindas e agradaram muito. Por último criei e executei um painel de cerâmica de grande tamanho (8m quadrados) para um majestoso edifício construído por uma empresa em Montes Claros, que foi inaugurado no mês passado. Muitos são os sonhos e projetos de obras a realizar. Na Literatura, a biografia do artista Konstantin Christhoff, que já está escrita e à espera de patrocínio para publicação. Mesma situação do livro História das Artes Plásticas de Montes Claros. Nas artes plásticas pretendo executar mais obras para o espaço público e religioso de Montes Claros e outras cidades.
 
Sobre “A Arte do Encontro”, quais foram as inspirações?
Aqui eu diria que retrato, literariamente, pessoas. Eu entendo que pessoas são fontes de ideias. E aquelas que forjaram trajetórias magnânimas nos apontam a concretização das mesmas e até nos guarnecem da esperança da também realização das nossas. Talvez por isto as biografias sejam tão apreciadas. Então, abordo neste livro, como num documentário literário, pessoas, presenças, que atravessaram ou que ainda frequentam o mesmo espaço temporal e ou cultural que frequento, mas que nele se destacaram e têm deixado marcas indeléveis, um rastro benigno devido uma atuação acima do normal. São exemplos construtivos nas artes, na literatura, na música, no teatro, no trabalho em geral e nas suas humanidades. Penso ser um registro literário necessário para que os nossos contemporâneos e aqueles que nos sucederem tomem conhecimento de suas trajetórias.
 
Como concilia a carreira de escritora e artista plástica? Uma é capaz de auxiliar a outra?
Não é fácil, porque o trabalho da cerâmica e da escultura consome muito tempo e esforço físico, além do mental. Então, sobra pouco tempo e forças para a palavra escrita, mas o desejo e necessidade de expressão são tão grandes que varamos o dia e entramos parte da noite no trabalho. Apesar de ambas serem da área das artes, são atividades completamente diferentes, no entanto, é fato que as artes interagem. Uma completa a outra, já que nem sempre as ideias e sentimentos podem ser materializados nos mesmos materiais.
 
Em tempos tão difíceis, como você enxerga a arte?
Como sempre visualizei: a arte como recurso de humanização. O homem só venceu a pura animalidade quando passou a fazer arte, quando conseguiu, através do processo de abstração, transferir a realidade material do mundo, a realidade do seu sentir, para o símbolo. Somos como um triângulo, da base até a metade estão as necessidades materiais, biológicas e até sociais, inerentes a todos os animais. Da metade do triângulo para cima estão as necessidades estéticas e espirituais. O atendimento a estas é que nos diferencia dos outros animais.

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