Michelle Tondineli


Repórter

A origem do teatro refere-se às primeiras sociedades primitivas que acreditavam nas danças imitativas como favoráveis aos poderes sobrenaturais para o controle dos fatos indispensáveis para a sobrevivência. Em seu desenvolvimento, o teatro passa a representar lendas referentes aos deuses e heróis. O teatro designa o local físico do espectador e o local onde realiza o drama frente à audiência.

Para estudar, atuar e entreter Montes Claros ganha novo grupo de teatro, o “Grupo Entre in Cena”, que dá um duplo sentido da platéia entrar e encenar. Composto por Thiago José, Joice Delchon, Jefyn Góthico, Loane Vermon e Léo Ribeiro.

Segundo o ator e coordenador do Grupo, Leandro Silva Ribeiro, o novo grupo faz parte de um dos seus novos projetos em comemoração aos seus dez anos de teatro completados este ano.

- Não estou saindo do grupo que atuo hoje, o “Grupo Grande Palco”. O “Entre in Cena” traz uma nova proposta de teatro e de experiência. Este novo projeto é para pesquisa e desenvolvimento na área teatral envolvendo todos do grupo, explica.

Léo ainda fala que lembra muito bem do inicio de sua carreira, e apesar dos atores do “Entre in Cena” terem experiência no teatro, vale a pena auxiliar na carreira deles.

- Quero juntar o projeto de leitura dramática e a necessidade de formar um grupo. Unir o pessoal que tem a mesma vontade que eu, e disposição para buscar mais. Que nós não podemos parar, devemos sempre ter fome de teatro, ler várias peças, produzir mais, argumenta.

Para Thiago José, fazer teatro veio da influência de alguns amigos que participavam do Grupo Animo, e por ter se apaixonado ao assisti-los.

- Então, com o intuito de melhorar, o Entre in Cena se reunia para conversar e um dia refletimos que o teatro de Montes Claros é muito “rústico” ainda , e decidimos nos aperfeiçoarmos juntos com estas leituras de textos entre outras coisas, desvendando o teatro, reflete.

Thiago fala que por enquanto não vê a necessidade e nem a preparação certa para apresentarem espetáculos.

- Acho que nem um de nós ainda tem preparação suficiente para desde de já nos lançarmos em um palco. Não em questão de ser bom ou não no teatro e sim pelo fato do grupo ser novo, ainda sem estrutura. Mais posteriormente quando estivermos prontos, sim, com certeza, exclama.

Já Joice Delchon conta que o grupo estará pronto para começar no próximo ano com as apresentações.

- A expectativa é grande para que tudo dê certo. Estamos selecionando algumas peças para que levemos ao palco. Queremos que dê certo, por isso, estamos pegando firme e investindo bastante, conclui.

O ator  Léo Ribeiro diz ter sido obrigado subir ao palco para interpretar o Kiko, em uma projeto da Escola Estadual Clóvis Salgado.

- Eu era muito tímido e não falava nem meu nome, ai o Bruno que ia interpretar o Kiko não apareceu ou teve um problema. Como eu parecia muito com o Kiko me colocaram para apresentar. Eu nem sabia o que ia falar, tive que decorar na hora. Eu jurava que não ia dar conta de falar, apresentamos de manha, de tarde e de noite. Nós começamos de vez, conta.

Foi durante três anos que ele levou a diante um projeto de teatro na escola, mesmo sem curso nenhum, fazendo de seus trabalhos escolares uma oportunidade para apresentar teatro, juntamente com uma turma que fazia parte de sua sala. Logo em seguida no final do ano de 2002 procurou um grupo e em 2008 ganhou o troféu  de melhor ator na 7ª Mostra de Teatro de Montes Claros, com o personagem Mauro Cristal da peça o “Ator-mentado” do grupo de teatro Grande Palco.

Dos novos personagens de Léo, tem a Safroa Reguilida. Ele conta que ela surgiu em 2006 na peça “Safroa Reguilida no posto do SUS”, e que agora realiza apresentações cômicas com a personagem.

- Ela é minha personagem, e significa muito para mim, eu a criei. Ela é uma pessoa cômica e atualmente aparece em apresentações com a boneca Jukita. É uma velha que não está nem ai para nada, e se acha a gostosa, com 69 anos. O marido dela é um vivo-morto, porque ele não a paquera, não tem uma vida sexualmente ativa. Ela é fogosa, pela roupa da para perceber, revela.

O ator diz que além de ser muito bonita a Safroa surgiu da imagem de uma vizinha.

- Ela surgiu de uma senhora que morava perto da minha casa e conversava com a língua atrás dos dentes. Eu vivia imitando muito bem. E daí surgiu a idéia de criar a personagem. Ela tinha uns bobs na cabeça, mas depois preferi tirar. Agora acho que ela está mais combinando com a idéia, diz.

A Safroa será registrada por se uma personagem do Léo. O jovem ator afirma que para o teatro não possui vergonha nenhuma, até personagem sentado no vazo ele já fez.

- A maquiagem e o personagem nem sempre mostram que sou eu. Amo o teatro, e quero crescer mais com ele. Nas oficinas de maquiagem, procuro sempre as melhores formas de montar meu personagem, o que usar, como fazer. A Safroa, por exemplo, usava maquiagem de palco, traços bem fortes, quando eu passei a trabalhar com ela em apresentações precisei mudar o estilo, ressalta.

Em dez anos de teatro, Léo agradece imensamente a Deus. Pois ele acredita que não saberia fazer outra coisa a não ser teatro.

- Adoro quando as pessoas me reconhecem na rua pelo meu personagem, e elogiam. Futuramente espero continuar no ramo. Quero investir mais, fazer algo fora, estudar mais. Estou com fome de aprendizado. O que tinha que aprender da inicialização aprendi nestes 10 anos. Agora quero coisas novas, diferenciadas, finaliza. (MT)