O grupo teatral Olho de Gato apresenta nesta sexta-feira, na programação da 10ª Mostra de Teatro, no Colégio Marista, o espetáculo Mentiras Atrás do Pano. As seções acontecem as 19 e 21h.
O espetáculo surgiu de reflexões e registros de um eco coletivo em práticas de atualização no projeto Teatro X Realidade coordenado pelo grupo de teatro de Belo Horizonte ZAP-18 (Zona de Arte da Periferia) durante o ano de 2007. Neste período o grupo recebeu orientações dos professores Antônio Hildebrando (Dramaturgia e Teatro Épico), Maurílio Rocha (Música na cena), Denise Pedron (Performance), Elisa Belém (Expressão Corporal) Cida Falabela (orientação para montagem) e adota o mote Viver de Teatro para desenvolver o discurso cênico da peça. Coloca um grande refletor no seu cotidiano de teatro de grupo e na relação com a realidade da cidade de Montes Claros para desenvolver uma dramaturgia que surgisse da improvisação de cenas para um roteiro com base no tema escolhido.
A criação coletiva e colaborativa partiu de diferentes estímulos e pesquisa. Mistura células cênicas, canções e trilha sonora originais e estética de teatro épico, estabelecendo um roteiro dramatúrgico que dialoga o fazer teatral em grupo com os espectadores.
Uma das metas é instigar reflexão, crítica e análise das práticas teatrais em grupo, da relação com os espaços teatrais e políticas públicas culturais para o teatro, numa busca constante da afirmação do, fazer e viver de teatro. Outro objetivo é criar um espaço de intimidade com o processo da vivência teatral, familiarizando o espectador com as especificidades das profissões envolvidas para a realização do produto teatral numa crença de que se valoriza mais o que se conhece.
O grupo neste processo age como co- autor das cenas, pensa e critica a dramaturgia constantemente levando em conta um roteiro principal como referência. O roteiro leva sempre uma reedição a cada apresentação, aproveita de diversos estímulos da realidade local e valoriza o olhar e a voz dos espectadores partilhados em bate papo a cada final das apresentações.
O espetáculo põe o teatro na boca do povo para provocar uma reflexão sobre políticas públicas para a cultura teatral e geral em Montes Claros. Lança e provoca a necessidade da construção de um debate do povo com o poder público para que se efetive ações concretas e duradouras como a execução imediata da Lei Municipal 3.830 que cria o Sistema Municipal de Incentivo à Cultura, votada, aprovada, sancionada em 26 de novembro de 2007; publicada pela Procuradoria Geral do Município de Montes Claros em 07 de março de 2008 e até hoje esquecida e até não conhecida por muitos.
SINOPSE
O que de fato somos e queremos ser?
O retrato de três atores e corpo técnico de um espetáculo (encenador, músico e iluminador) à procura da afirmação do seu fazer artístico em meio a desentendimentos e busca de identidade artística e estética, apontando vivências sobre a vida no teatro e as relações com a realidade local.
O espetáculo apresentado por fragmentos de cenas, vai revelando o discurso cênico sobre e com teatro e jogando com o espectador o tema
Viver de Teatro. O espectador é fisicamente integrado ao espaço teatral e convidado a decifrar o espaço simbólico apresentado.
FICHA TÉCNICA
Concepção: Grupo Teatral Olho de Gato
Orientação do Processo: Cida Falabela e Elisa Santana – ZAP/18
Atores Criadores: Denise Amaral, Rodriggo Silva, Hellen Durães, Daniel Novais e Mírian Walderez.
Dramaturgia: Grupo Teatral Olho de Gato (com intertextualidades com Shakespeare, Oscar Von Pfult , Fernando Bonassi e outros).
Encenadora: Mirian Walderez
Direção musical: Daniel Novais
Trilha Sonora: Grupo Teatral Olho de Gato e Vilma Camargo(em Tema de Julinha)
Arranjos e acompanhamento musical: Daniel Novais
Criação de luz: Grupo Teatral Olho de Gato
Execução de Luz: Mirian Walderez
Técnico de Iluminação: Getúlio Evangelista