Adriana Queiroz
Repórter
Marcos Gonçalves Rocha, 42 anos, mais conhecido como Marcos Paracatu, faturou o primeiro lugar no festival de música sertaneja TVP, no último dia 29, no Largo da Jaqueira, Centro Histórico de Paracatu. Violonista e violeiro, o músico já se apresentou em diversas cidades por Minas Gerais, pelo Brasil e mundo afora. Além de instrumentista, Paracatu é também compositor.
Em entrevista a O NORTE, Marcos falou da carreira, do sucesso no concurso e da emoção de compor.
Como surgiu o seu interesse pela música e, consequentemente, pelo violão?
Meu interesse pela música surgiu quando eu era muito novo. Um menino. Nasci em Coluna, uma pequena cidade em Minas Gerais. Me lembro que na hora do almoço meus irmãos mais velhos tocavam violão e eu ficava observando. Não tinha muito o que fazer. Daí, foi-se criando em mim um gosto quase que imediato pela música. Digo que na minha infância, aprendi uma segunda língua: a da música. Bom, depois vieram os estudos de língua inglesa na Inglaterra e italiano na Itália. Mas, aí já é outra história.
Quais os professores se destacaram durante o seu aprendizado e o que você considera que aprendeu de mais importante com cada um deles?
Meus professores foram meus próprios irmãos mais velhos, que tinham paciência para se sentar e me mostrar como dar os meus primeiros acordes. Mas, eu já aprendi coisas com diversos músicos por onde passei. As pessoas têm sempre algo a nos ensinar, mesmo que aparentemente não tenham habilidades como nós no que fazem.
Você também compõe. Quando e como nasceu o desejo de compor?
No ano passado eu compus sozinho a primeira música. Ela participou do festival de viola em Montes Claros. Foi interpretada por Miriam e eu. A música não foi para a final do festival da Intertv, não passou entre as três para participar da final. Mas, foi uma experiência única. Este ano compus mais uma música, com o título Canta viola caipira, que participou no sábado passado, 29, da finalíssima na cidade de Paracatu. Consegui a premiação do primeiro lugar: uma Moto.
O que você pode dizer a respeito do repertório que está tocando atualmente?
O meu repertório atual tem fortes tendências de música raiz, viola caipira, que considero um estilo puro de música, não que os outros não sejam. Mas a música clássica instrumental continua forte nas minhas apresentações.
Uma apresentação que te marcou:
Foi em Londres, onde me apresentei pela primeira vez. O público aplaudiu de pé a música Aquarela. E, no fechamento da apresentação, toquei uma música explicando para eles que era o hino do meu país: o Hino Nacional. Ele é, no mínimo, muito bonito tocado ao violão.
Qual a obra que, ao ouví-la, você pensou: gostaria de ter composto isso?
Hotel Califórnia, do Eagles. A harmonia é muito bonita. Mas eu não poderia deixar de citar Carinhoso, de Pixinguinha.
Existe algo pior que corda que não afina?
Sim, já ouvi músicos tocando que quando cantam até a respiração é desafinada. Ou seja, nem todo mundo que toca um instrumento consegue cantar afinado, ou mesmo no compasso certo.
Algum conselho aos leitores que algum dia pretendem ser bons músicos?
Primeiro, precisa gostar do instrumento que toca. Ouvir o som e se apaixonar. Nunca ser músico porque os familiares querem. Eu conheço pessoalmente um rapaz que o pai gastou muito dinheiro com ele para que aprendesse a tocar. Depois o rapaz desistiu, disse que queria trabalhar só mixando o som para outros músicos. Outra coisa muito importante: a prática. Há que se priorizar o que queremos na vida. Direcionar os objetivos e persegui-los. Música exige dedicação, prática.
Fale um pouco sobre o festival de Paracatu.
Minha música foi classificada e foi para a final do primeiro festival de Música Sertaneja TVP, na cidade de Paracatu. Foi muito concorrido. Meu amigo e parceiro de percussão Fernando Moreira de Paracatu fez um pandeiro brilhante na música. O sábado, dia 29 de maio, foi um dia marcante pra mim. Afinal, a segunda música que compus sem parceria ganhou um festival.
