O montes-clarense Marco Neves é doutor em ciências sociais, subárea de antropologia cultural pela UERJ- Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em etnomusicologia pela UFPB - Universidade Federal da Paraíba, pós-graduação Lato Sensu arteterapia em educação pela UCAM- Universidade Cândido Mendes, graduado em educação artística com licenciatura plena em música pela Unimontes. É professor no Curso de Artes Música da Unimontes e professor de Bateria do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez, de 1996 a 2011.
Marco iniciou suas práticas musicais aos 12 anos de idade, tocando percussão numa antiga banda de carnaval de Montes Claros, chamada banda Zona Sul, época em que o carnaval da cidade era intenso e muito vivo culturalmente. Aos quinze anos comprou sua primeira bateria e fundou uma banda de rock em Montes Claros com os músicos Marcelo de Paula, Marden Veloso, Marcelo Pires e Ricardo de Paula.
INFLUÊNCIAS
Suas principais influências com bateristas de rock foram Stewart Copeland (The Police), John Bonham (Led Zeppelin), Carl Palmer (Emerson, Lake & Palmer) e também os bateras brasileiros João Barone (Paralamas do Sucesso) e Charles Gavin (Titãs), entre outros grandes bateras. “Não tive uma influência direta em Montes Claros, mas, meu pai sempre ouvia muita música em casa, que ia dos hinos militares até o baião de Luiz Gonzaga. Essa influência inicial certamente, devo a ele”, revela.
Uma de suas experiências mais marcantes nos últimos tempos foi um workshop que realizou na cidade de Hamamatsu, no Japão.
“Fiquei bastante orgulhoso quando recebi o convite da Embaixada Brasileira de Hamamatsu. Outra experiência fantástica tem sido o projeto que desenvolvi denominado Bateras na Praça. O projeto ‘Bateras na Praça’ foi idealizado e teve seu início no ano de 2016, ano da primeira apresentação, que ocorreu em julho de 2016, na Praça da Matriz de Montes Claros”.
PROJETO BATERAS
O projeto tem como objetivo reunir bateristas profissionais e amadores, tendo as praças de Montes Claros, como contextos para a promoção de eventos culturais/musicais, abertos aos músicos, ao público ligado à música, aos interessados em arte e comunidade em geral. O projeto contribuirá para divulgação e valorização do instrumento bateria dando visibilidade aos músicos bateristas da cidade, possibilitando a apresentação dos seus trabalhos envolvendo os ritmos brasileiros, regionais, pop, rock, jazz entre outros.
“O projeto teve início em julho de 2016, já realizou cinco apresentações tendo a participação de aproximadamente 30 a 40 bateristas, somando, portanto, 200 bateristas”, conta.
CENÁRIO ARTÍSTICO
Montes Claros teve um crescimento distinto nos últimos 20 anos e um dos fatores para essa ascensão são os bares, casas de shows, que estão abertos aos músicos de vários estilos.
“Mas considero que não há engajamento da classe dos artistas para uma organização séria, visando a compreensão dos direitos e deveres dos músicos, e isso gera conflitos, divergências entre os valores cobrados e pagos pelos estabelecimentos. Uma associação seria fundamental”.
Em sua na playlist não pode faltar os ritmos brasileiros como baião, samba, frevo, bossa nova até o jazz, rock, rock progressivo, heavy metal, blues, pop.
“Recomendo todos os discos de Luiz Gonzaga, Djavan, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Lenine. Recomendo o “Chega de Saudade”, o primeiro disco de João Gilberto, considerado como o primeiro disco genuinamente de Bossa Nova. Todos os CDs de Tom Jobim e Elis Regina. Finalmente, os discos do Sepultura, Metálica, Van Halen, Megadeth, Scorpions, U2, entre outros”.