Mara Narciso lança mais um livro, com 40 crônicas que mostram seu olhar sobre o cotidiano

Adriana Queiroz
O NORTE
23/09/2020 às 00:59.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:36
 (ARQUIVO PESSOAL)

(ARQUIVO PESSOAL)

A médica e jornalista Mara Narciso lançou, recentemente, o livro “Mosaico”. São 40 crônicas escritas nos últimos quatro anos, de assuntos diversos, como memórias, política, atualidade, acontecimentos inusitados, denúncia, ecologia, preconceitos, assuntos penosos. É com ela o nosso bate-papo de hoje. 
 
Como foi o início da sua trajetória como escritora?
No ano 2000 comecei a frequentar as redes sociais, que nem tinham esse nome. Passei a ter amigos virtuais e a trocar e-mails com eles. Gostavam da minha maneira de me expressar e pediram para que eu escrevesse crônicas. Foi o que comecei a fazer, enquanto recebia a aprovação deles. Meu filho, Fernando Narciso Silveira, de 36 anos, tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e Síndrome de Asperger (autismo leve). A hiperatividade dele foi uma situação tão vulcânica que eu me cansei de ficar explicando o que acontecia, e falava: só escrevendo um livro. Foi o que fiz em 2004.

Fale um pouco do seu primeiro livro “Segurando a Hiperatividade”, já esgotado: 
São cem crônicas em ordem cronológica que contam a história do meu filho e como o criei. São 288 páginas e foi bem aceito pelo público pelo assunto, não em voga na época, e pela sinceridade extremada com que o escrevi. Não há censura alguma e tudo que aconteceu está lá, com nome e sobrenome, inclusive a expulsão da escola, quando ele tinha 4 anos. Não me intimidei e fiz a denúncia. 

O que se seguiu ao livro?
Quem leu “Segurando a Hiperatividade” achou minha escrita fluida e jornalística, o que me deixou, médica endocrinologista que sou, na época mergulhada no TDAH, a indecisão se fazia outra especialidade, a Psiquiatria, ou outra faculdade. Foi quando fiz Jornalismo na Funorte, um curso que gostei muito e que me preparou para o mundo da Comunicação, aproximando-me dos jornalistas e dos escritores. Formei-me em 2010. Tomei posse como sócia efetiva na Academia Feminina de Letras de Montes Claros (2011), Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros (2013) e Academia Montes-clarense de Letras (2018). Nessas instituições, participei de todas as antologias publicadas. Eu que, desde 2005, tenho crônicas em sites, blogs, jornais virtuais e impressos, e mais recentemente em redes sociais.
 
Você lançou recentemente “Mosaico”, seu segundo livro pelas redes sociais:
Estando no meio acadêmico, a cobrança por novas publicações é a tônica. Há muito material, porque são 20 anos escrevendo com regularidade, pelo menos uma a duas crônicas por semana. Há dois anos, surgiu no Instituto Histórico e Geográfico o Consórcio Literário, e eu, junto com mais dez pessoas, decidi participar. Há um ano escolhi o material, baseando-me na repercussão acontecida no Facebook. Houve trabalho com mais de 20 compartilhamentos e mais de 250 comentários. Nisso baseou-se a minha escolha. São 40 crônicas de assuntos diversos, escritos nos últimos três a quatro anos, com memórias, política, atualidade, acontecimentos inusitados, denuncia, ecologia, preconceitos, assuntos penosos, tudo pode ser tema para mim. Não me intimido, nem tenho pudor em falar coisas pessoais, nem todas propriamente qualidades e virtudes. As pessoas gostam de ler esses detalhes, e a mim causa decepção quando a pessoa diz na capa que contará tudo e não conta nada. Personalidades perfeitas e sem pecados são um tédio. 
 
Há vários comentários de outros escritores na sua página do Facebook. O que achou?
Há alguns anos, Wanderlino Arruda tem falado em público que sou uma boa cronista. Ivana Rebello, doutora em Literatura, também me faz elogios. Disse agora sobre “Mosaico”: “Parabéns pelo livro! Suas crônicas, conforme eu já lhe disse, contam a história cotidiana, com criticidade e agudeza. Expressam, ainda, seu olhar personalíssimo acerca dos fatos da nossa época”. A escritora Karla Celene, que fez o prefácio, escreveu: “Riqueza para nossa Literatura”! Agradeço essas visões generosas que me estimulam a ser cuidadosa com as revisões, assim como buscar aprimoramento.
 
Como se define como escritora?
Sou verdadeira, sem causar “sincericídio”. Não sou doce nem poética, consigo falar a minha verdade com elegância. Não gosto de palavras raras, por me soarem pernósticas. Não quero falar para meia dúzia de literatos. Quero falar para muita gente, assim escolho meus temas em cima daquilo que está perto de mim, me incomodando ou me alegrando. Pouco antes de me sentar no computador, ouço rádio, e dele me vem a maior parte dos temas que escolho.
 
Fale do lançamento do livro e como adquiri-lo:
Em lugar de fazer uma live no Instagram, segui o que fizemos com o livro da Academia Montes-clarense de Letras e decidi-me por fazer vários vídeos e soltá-los nos próximos 15 dias. Meu estilo é jeans e camiseta, então, o lançamento tinha de ser algo clean. Nada tenho de sofisticado nem de solenidade. O livro está sendo comercializado por mim, em minha casa. Sugiro que façam contato pelo e-mail ou pelo Facebook/Messenger.


 

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