Samuel Fagundes
Repórter
Foi realizada nesse sábado, dia 29, a Ibiza Especial Party primeira festa de música eletrônica feita só com DJ’s mulheres em Montes Claros. Apesar da chuva que caiu durante toda a noite, segundo os organizadores, mais de 800 pessoas foram prestigiar todo talento e beleza das DJ’S Lóló Diniz e Marcelinha Dutra.
O local onde foi realizado o evento foi especialmente decorado, criando o clima ideal para uma festa com música eletrônica, que geralmente é realizada em locais abertos e mais afastados da cidade.
(fotos: RODRIGO DE PAULA)
Para o universitário de publicidade e propaganda Philipe Lucas, o fato de a festa ter sido realizada dentro da cidade em um local fechado, é uma opção para quem gosta desse tipo de música.
- Aqui em Montes Claros, praticamente não existe uma boate ou algum lugar que toque música eletrônica dentro da cidade, então uma festa como essa serve de opção para quem gosta do estilo e também é uma maneira para que pessoas que nunca foram, às vezes até mesmo pelo fato das festas serem em locais mais afastados, possam ir e conhecer – afirma o universitário.
DJS
A DJ Marcelinha Dutra é de Belo Horizonte e tocou pela primeira vez em Montes Claros em 2002, e depois não parou mais de vir à cidade. Ela conta que desde sua primeira vinda tem acompanhado o desenvolvimento da música eletrônica na cidade, que segundo ela tem crescido muito.
As DJ’s Lóló Diniz e Marcelinha Dutra
- Eu estou achando ótimo estar voltando à cidade, tenho acompanhado a cena eletrônica de Montes Claros desde a primeira vez que toquei aqui, em 2002, e vejo que tem crescido e melhorado muito. O público esta cada vez mais participativo. Em Belo Horizonte, as DJ’s mulheres são vistas como os homens, o público se importa mais com o que está sendo tocado do que quem está tocando. Ou seja, as DJ’s não ganham vantagem por serem mulheres, se elas tocam é porque têm talento e capacidade para isso. Em muitos lugares, as pessoas valorizam mais as DJ’s pelo fato de serem mulheres, e eu já acho que as pessoas têm que prestar mais atenção no que sai da caixa de som do que lá pessoa que está na tocando alguma coisa – conta a DJ Marcelinha Dutra.
RETORNO
Lorena Diniz, a DJ Lóló Diniz é de Divinópolis, tocou pela primeira vez em Montes Claros no ano passado. Ela é DJ há três anos, e diz ter gostado muito de voltar a cidade para tocar. Para ela, uma festa só com DJ’s mulheres ajuda a quebrar o preconceito de que esse é um mercado exclusivo para os homens. Segundo ela a mulher deixa o ambiente mais leve.
- Essa popularização das DJ’s mulheres é muito boa porque abre mais espaço. A mulher chama mais o público, o homem fica aquela coisa mais pesada, a mulher alivia e deixa o ambiente mais alegre. A cena eletrônica de Montes Claros pelo que eu pude perceber está sendo mais bem aceita, e a galera também está procurando saber e entender mais. Em Divinópolis, demorou um pouco para ser aceito, mas agora o pessoal tem gostado muito do som das DJ’s mulheres – afirma Lóló Diniz.
ESPAÇO ALTERNATIVO
Além do diferencial de se ter somente DJ’s mulheres, a festa também deu espaço a outro tipo de cultura alternativa, a do artesanato e trabalhos manuais. Em um lugar reservado estavam as meninas da Ghambiarra S/A, que produzem trabalhos artesanais, como camisetas, colares, pulseiras, cartões, brincos, esculturas, luminárias, dentre outras coisas que são feitas sob encomenda.
- Tem uma galera nova como a gente, que está batalhando e fazendo o seu trabalho, assim como o pessoal que organizou a festa, e como somos amigos, conseguimos esse espaço para divulgar e vender o que criamos. Já utilizamos outros espaços alternativos como no Rock Reunion e no Pequi Rock. O fato de ser uma festa só com DJ’s mulheres é legal, porque mostra todo o talento e o charme da mulher, alem de ser uma oportunidade para a galera ouvir um som diferente - conta Janaína uma das sócias da Ghambiarra S/A.