Música mineira em dose dupla

Jornal O Norte
27/12/2006 às 14:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:47

A doce presença de Léo Lopes e Carlos Soyer encerra o ano de 2006 e recebe 2007 com show pautado na música mineira

 

Jerúsia Arruda


Repórter

A mineirice e mineiridade da música de Léo Lopes e Carlos Soyer dão o tom nas noites de quinta e sexta-feira, 28 e 29 de dezembro, em Montes Claros. Ao som da guitarra, violão e vocais de Carlos Soyer, do violão, baixo e vocal de Léo Lopes e participação de convidados especiais, o show da dupla encerra a última semana do ano e abre as portas para a chegada de 2007, com muita MPB, Pop e, é claro, a música mineira que marcou época com o Clube da Esquina.

CARLOS SOYER





Bisneto de maestro francês e nome que já soa musical, Carlos Soyer nasceu para cantar. Músico desde a mais tenra idade, o cantor diz que uma vez que bebeu na fonte da música mineira, mais especificamente do Clube da Esquina, foi instantânea a paixão que ainda hoje alimenta sua arte.

 




Juntos desde a adolescência, a dupla Carlos Soyer e Léo Lopes diz


ter o Clube da Esquina como fonte de inspiração



(Foto: Wilson Medeiros)

- Os primeiros acordes aprendi sozinho. Um cunhado deixou o violão em minha casa e ficava horas tentando tocar. Vi que levava jeito, que gostava e comecei a estudar. Sempre tive admiração pela música mineira. Na verdade era apaixonado. Ela me passa uma emoção, uma coisa boa e era o queria tocar - relembra.

Aos treze anos, como autodidata, começou a formar os primeiros acordes e, aos quinze, com amigos do bairro e colegas de futebol, que também eram amantes da música mineira, Carlos Soyer montou sua primeira banda - Cores. A partir de então, nunca mais se separou da música.

- Tinha admiração pela bossa-nova, só que não tinha muito acesso. Mas minha grande paixão foi mesmo a música mineira. E quando comecei a tocar pra valer não consegui mais parar. Estudei violão clássico no conservatório Lorenzo Fernandez, o que me ajudou a assimilar a teoria, a conhecer melhor a música e descobrir seus mistérios. Aprendi mais sobre a música erudita, que é muito bacana, mas não é minha praia - diz.

Tocando nos auditórios de escolas, participando de festivais e ouvindo pelo rádio as músicas que pautavam seu repertório, Carlos Soyer chega ao que ele chama de melhor escola de todos os tempos: o conjunto de baile. Na banda Cactus foi guitarrista, onde pôde vivenciar a noite, acompanhar artistas que já estavam na estrada há mais tempo e adquirir experiência para alçar vôo solo.

A partir de então começou a compor, classificando-se em diversos festivais como Canta Minas, Fucap e Festival Nacional do Pequi.

- A composição veio naturalmente e eu estava em processo de aprendizagem. Cada vez que me inscrevia em um festival tinha a sensação de realização profissional, pois minhas músicas são o que tenho de mais valor. Nem me importava em ganhar, até porque acho que ocorre uma injustiça muito grande em festivais; a melhor música sempre fica escondida - argumenta.

Professor de violão trabalhou em diversas escolas como academia Acorde, Centro de artes Estação Brasil e Toque de Classe, onde atualmente atua como professor de instrumentos de corda e administrador, sempre atento aos novos talentos e à formação da nova geração de músicos.


Apesar ter gravado várias músicas, Carlos Soyer ainda não finalizou um CD. Segundo ele, as melhores músicas nunca foram gravadas e estão guardadas para um futuro trabalho.

Parceiro de importantes nomes como Murilo Antunes, Léo Lopes e Georgino Jr, Carlos Soyer diz que agora pretende amadurecer como compositor, como músico, e como pessoa.

- Nós, músicos de Montes Claros ficamos escondidos. Então, acho importante sair em busca de uma bagagem, de uma experiência, de um amadurecimento profissional e pessoal. Não quero fugir das coisas que acredito, da minha proposta inicial ao compor a música, mas quero conhecer novas idéias que possam enriquecer meu trabalho - finaliza.

Com projeto aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Carlos Soyer está reunindo suas composições inéditas e firmando parceria com os compositores Ronaldo Bastos e Vítor Martins para gravar o primeiro CD, que deve ser lançado no próximo ano.

- Nós, músicos de Montes Claros ficamos escondidos. Então, acho importante sair em busca de uma bagagem, de uma experiência, de um amadurecimento profissional e pessoal. Não quero fugir das coisas que acredito, da minha proposta inicial ao compor a música, mas quero conhecer novas idéias que possam enriquecer meu trabalho - finaliza.

LÉO LOPES





Desde os 12 anos a música vem pautando seus caminhos. Leonardo Moisés Alkim Lopes nasceu em 1970, em Montes Claros, onde convive com a música desde que pode se lembrar.

- Comecei a compor aos 14 anos, quando participei de um festival em Contagem/MG - diz Léo.


Sempre buscando se aperfeiçoar, em 1984, ingressou na escola Música de Minas, do cantor Milton Nascimento, e aprofundou seus conhecimentos de guitarra com o professor e guitarrista Beto Lopes. Em 1985 fundou, com Carlos Soyer, a banda Cores, onde tocava composições próprias e sucessos da música mineira da época como 14 Bis, Lô Borges, Beto Guedes, entre outros, base para o trabalho que vem desenvolvendo desde então.

Depois de Cores veio a banda Ian, em 1987, que tocava rock nacional e progressivo, com repertório pontuado por canções autorais. O grupo ganhou notoriedade e canções como Algo Mais (Léo Lopes) chegou aos primeiros lugares nas rádios da região. Depois dessa fase banda, Léo passou a focar seu trabalho nas composições e, a partir delas, passou a seguir carreira solo, conquistando novos parceiros como Murilo Antunes, Beto Guedes e Ronaldo Bastos.

Ao lado de Murilo Antunes, Léo se prepara para lançar no mercado fonográfico nacional, através do qual, segundo o cantor, vai levar o nome de Montes Claros e de Minas Gerais pelo mundo afora, com seu jeito singular de ver o mundo em forma de sons.

SHOW


Carlos Soyer e Léo Lopes se apresentam nesta quinta e sexta-feira, 28 e 29 de dezembro, às 21h, no auditório do Centro Cultural Hermes de Paula.


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