Música como instrumento de superação e voz para a fé

Josimar Bianchi teve dificuldades de coordenação motora, déficit de atenção, mas com empenho e dedicação se tornou um dos grandes músicos cristãos do país

Adriana Queiroz
Hoje em Dia - Belo Horizonte
25/07/2018 às 07:34.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:35
 (Baly Lacerda/divulgação)

(Baly Lacerda/divulgação)

Um dos mais talentosos cantores cristãos do país se apresentou em Montes Claros no fim de semana. Mineiro de Belo Horizonte, Josimar Bianchi atua como ministro de música. Ele foi um dos convidados para o centenário da Convenção Batista Mineira (CBM) celebrado na cidade.

O músico, que hoje reside em Anápolis (GO), tem gravados oito CDs, um DVD e um projeto novo, feito ao vivo em junho deste ano no festival Prosa & Canto, promovido pela Liga dos Amigos da Música Cristã (LAM-C), em Anápolis.

A proposta do festival é apoiar e divulgar a obra de artistas que produzem música de qualidade em termos de poesia, melodia e harmonia. “Participar do Centenário da Convenção Batista Mineira é um privilégio, oportunidade única em servir o reino”, diz Josimar.

“A convenção é muito importante no decorrer da minha história, porque no comecei a caminhada trabalhando dentro da convenção, na Junta de Educação Batista Mineira”, lembra.
 
Você, além de cantar, é um exímio instrumentista. Também compõe?
Sim. Tenho algumas canções gravadas e outras para o próximo álbum, feito com muitas parcerias. Componho a melodia e mando para alguns amigos compositores fazerem as letras. Tem dado certo essa mistura, um tempero muito interessante.
 
Como foi seu início na música? Quem ouvia? Foi influenciado por alguém?
Meu início foi bem complexo, porque tinha falta de coordenação motora, déficit de atenção e dificuldade no aprendizado. Fui encaminhado para uma escola especializada, filiada à Apae em Belo Horizonte. Nesse mesmo período, meu irmão mais velho começou a me ensinar música. Dentro desse contexto, o violão veio junto e, para aprender a tocá-lo, imagina você o tanto que sofri (risos). Mas tive bons professores, meus irmãos foram também professores, sou o mais novo de cinco, somos três homens e duas mulheres. Comecei a aprender o violão com oito anos e venho tentando aprender até hoje. As minhas influências foram o Grupo Semeador – que até já acabou – de Belo Horizonte, que meus irmãos faziam parte. Gostava de vê-los ensaiarem. E, é claro, Milton Nascimento, Clube da Esquina, Toninho Horta, Flávio Venturini, 14 Bis, dentre outros nomes da música brasileira, mais ligada a Minas possível. Essas foram minhas influências populares. 
E no meio evangélico, a gente gostava muito de ouvir os quartetos. Tinha uma família como o Quarteto Davis, Arautos do Rei, Vencedores por Cristo, Jorge Camargo, João Alexandre, Nelson Bomilcar, Jorge Reder, Guilherme Ker, essa turma todo do Vencedores por Cristo. Isso, desde criança. Ultimamente, tenho escutado muita música instrumental, voltada para o jazz e da bossa nova, Pat Metheny, Lee Ritenour, George Benson, Joe Pass, Antonio Forcione, Tommy Emmanuel, Charlie Packer. E na bossa nova nunca deixei de ouvir Tom Jobim, Hermeto Pascoal, enfim, muita influência na música popular brasileira e jazz. 

Tem músicas que não podem faltar em suas apresentações? 
Sim. São oito CDs gravados, o primeiro intitulado “Manhã”, que eu gravei “Quero te louvar”, hoje carro-chefe do meu trabalho. Em todos os lugares, tenho que cantar essa música. Depois gravei “Quero te ver”, título do meu segundo CD, que tem a música “Só o amor”, e a música “Não posso viver sem tua luz”, que desenvolvi performance diferente no violão, onde faço percussões no violão mesmo. O DVD intitulado “Arquivo” gravei em 2013 para 2014. E gravei um projeto novo no festival “Prosa e Canto”, que acontece todos os anos em Anápolis, fim de junho. Ao vivo. Estou ansioso para pegar já e ver como ficou, curtir, disponibilizar para aqueles que têm interesse. Tem sido bom o CD. Costumo dizer que é um retrato de um período, baseado naquilo que tenho vivido a cada vez que gravo um CD.
 
A cada dia vemos crescer o uso de meios eletrônicos, como o Twitter, Instagram, Facebook, Youtube, dentre outros, para divulgação do trabalho. O que você acha dessas opções de mídia?
Tudo que é veículo para divulgação é saudável, desde que seja legal. Se é legal, diante da lei, e que não prejudica o artista de modo financeiro, como por exemplo, você pegar um CD, copiar e começar a distribuir, isso aí prejudica a obra do artista porque teve um custo. Sou muito devagar com rede social, deveria investir mais tempo nisso e até mesmo dinheiro para patrocinar uma divulgação mais eficaz do meu nome, do trabalho. Também tenho que colocar na balança para não ficar muito meu nome aparecendo e desaparecendo o de Jesus. O objetivo é aparecer o nome de Jesus, e que Ele leve meu nome, meu trabalho e onde tem necessidade, que venha dar frutos. 
 
Quais os projetos daqui pra frente?
Tenho atuado na igreja em Anápolis como ministro de música, diretor de música, como preferir. É uma igreja muito grande, muito boa e tenho projetos de continuar fazendo esse mesmo trabalho. Mas a gente que trabalha com ministério fica complicado definir o prazo de validade do nosso trabalho. Mas é Deus quem conduz minha vida. Tenho gostado de trabalhar lá, da experiência de estar numa igreja como ministro de música. E estou à disposição do Senhor, do reino. Se Ele quiser me levar para onde for, estou dentro. Projetos musicais não faltam. A música está na minha veia, na minha vida, da minha família. Minha filha tem um ano e três meses. A Emanuela. Já tem ritmo, senso de afinação. A gente faz alguns testes com ela e percebe que ela já tem o dom. Sou grato a Deus. E digo que esse projeto em minha vida vai permanecer. A minha esposa me ajuda demais, a Eliza, tem me fortalecido a cada dia, me incentivando, até com ideias que não faltam no coração dela.

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